25 de Abril de 1974

11 de fevereiro de 2011

Cavaleiros de Santiago

Palmela foi sede da Ordem de Santiago.
Os cavaleiros de hoje:


Participámos num Peddy-Paper que nos levou a descobrir o castelo.

Ouvindo as instruções

A equipa dos men's do 6.º 6 (que acompanhei) iniciando o percurso, com o nosso guia (Hugo)

O Paulo desenhando a rosácea da igreja

Espreitando as ruínas da igreja de Santa Maria
(tínhamos acabado de perder a prova... por distracção - acertámos tudo, mas ficaram duas perguntas em branco. Eu sei que fizeram de propósito, para deixarem os mais pequenos ganhar)

A chegada da equipa feminina do 6.º 6 - um desastre a sua participação!

A constituição das duas equipas do 6.º 6 foi, de facto, muito sexista: 11 raparigas e a DT, por um lado, 11 rapazes e o próprio que aqui escreve, por outro.
É evidente que os men's estiveram melhor! Mas aquelas duas perguntas em branco...
(Eu sei que fizeram de propósito, para deixarem os mais pequenos ganhar)

Século XIX interrompido

Peço desculpa, sobretudo aos alunos do 6.º 10 e do 6.º 4, mas impõe-se falar da visita de estudo que o 6.º 6 efectuou hoje a Palmela.
Como foi uma das turmas que integrou a equipa que ganhou a Gincana evocativa dos 100 anos da República, o 6.º 6 teve direito ao seu prémio: uma saída - gratuita! Fomos a Palmela.


A não perder as próximas mensagens.

9 de fevereiro de 2011

Portugal à entrada da 2.ª metade do século XIX

Em meados do século XIX, Portugal revelava um grande atraso tecnológico, económico e social relativamente a outros países europeus.

Tinham sido as invasões francesas, um período politicamente atribulado, a guerra civil de 1832-1834 (haveria ainda outros períodos de conflito de que o manual não fala: Revolta da Maria da Fonte, 1846, e Patuleia, 1846-47).
Em 1851, um golpe militar conduzido pelo Marechal Saldanha deu início a um período de acalmia política, permitindo um maior desenvolvimento tecnológico e económico.
Esse período é conhecido pelo nome de Regeneração.

Vamos começar por estudar o que se refere ao desenvolvimento dos transportes, comunicações e ensino
(ver esquema da mensagem anterior).

Unidade 3 - Portugal na 2.ª metade do século XIX

7 de fevereiro de 2011

O nosso futuro imediato em HGP e um desafio

A guerra civil chegou ao fim. Vamos iniciar uma nova fase do nosso programa.
Vamos ter saudades do futuro, como Filipe de Villepin, o herói do romance - um dos heróis, porque na luta pelo liberalismo face ao absolutismo houve muitos!

A Alícia do 6.º 10 já viu que assuntos vamos tratar e quer escrever sobre a Revolução Industrial. Boa!

E eu lanço o desafio:
Quem responde às seguintes perguntas:
- Para onde seguiu D. Miguel no seu exílio?
- D. Miguel ficou com direito a uma pensão. Chegou a recebê-la?
- D. Pedro IV morreu, foi sepultado no panteão dos monarcas da dinastia de Bragança, em S. Vicente de Fora (Lisboa), mas... onde está o seu coração?

Respostas para os comentários ou para carloscarrasco9@gmail.com.

Se enviarem para os comentários, não se esqueçam de se identificar.
A frequência deste blog aumentou muito nestes últimos 15 dias, sobretudo com a proximidade da ficha de avaliação. Espero que o continuem a visitar. Foi para isso que ele foi criado.
Aguardo agora as vossas respostas ao desafio.
Mãos ao trabalho!

Guerra Civil - Romance (20) - Final

E os amores e as paixões deste romance, em que o 6.º 6 estava interessado, mas que ficaram esquecidos por causa da guerra civil e da ficha de avaliação (que é outra guerra)?

Os dois grandes amigos vão seguir as suas duas grandes paixões:
- Nuno vai casar com Clara, filha de um vinhateiro do Douro, que conhecera durante o cerco do Porto.
- Filipe...
Filipe nem vai ver Margarida. Escreveu-lhe a descomprometer-se da promessa de amor eterno.
É que eu não vos contei que, quando viveu em Paris, Filipe conheceu Christine. Apaixonaram-se e tiveram um filho. Com o avançar da história, mesmo estando longe, Filipe vai tomando a decisão de voltar para Paris e de aí viver com Christine e o filho.

É evidente que há outros pormenores, muitos, mas para resumir 450 páginas em 20 pequenos episódios... foi obra.
O 6.º 6 fica-me a dever esta! E trabalho paga-se com trabalho!
Entendem o que eu quero dizer?

O coração de Margarida também já balançava entre Filipe e Segismundo Avilez.
Foi pedida em casamento por Segismundo. O choque foi ver o rosto deste com as marcas da guerra.

O livro acaba quase como começou: Filipe a bordo de um navio, a caminho de França.
Principal diferença: enquanto no início partia triste, com saudade, preso ao amor por Margarida, agora partia feliz na perspectiva de ir viver com Christine e o filho.
Esteve em todos os principais acontecimentos da guerra, na luta pela liberdade que prezava: na preparação da expedição liberal (nos Açores), no desembarque no Pampelido e no cerco do Porto, foi na armada de Napier, atravessou o Algarve e o Alentejo a caminho de Lisboa, na batalha da Cova da Piedade e em Cacilhas, na entrada em Lisboa, nas batalhas de Almoster e Asseiceira, fez parte da guarda pessoal de D. Pedro. Tem muita história para contar.
Devia vir a uma das nossas aulas de História.

A última frase do romance é dele. Quando lhe perguntam se tem saudade, responde:
- Sim. Tenho saudade do futuro...

FIM


Guerra Civil - Morte de D. Pedro IV - Romance (19)

Sofrendo de tuberculose (?)...
«D. Pedro morreu no dia 24 de Setembro de 1834, quatro meses depois da assinatura da Convenção de Évora-Monte. Expirou num quarto do Palácio de Queluz, uma sala quadrada, com oito colunas sustentando o tecto circular pintado com alegorias das artes e medalhões de sanca nas sobreportas. Nas paredes, as pinturas de episódios do D. Quixote de la Mancha conferiam um melancólico simbolismo ao passamento daquele que fora bandeira e chefe do liberalismo.»

Tinha 35 anos e morreu no mesmo quarto onde nascera.

Guerra Civil - Partida de D. Miguel para o exílio - Romance (18)

«Os caprichos dos comandos militares fizeram com que, estando Filipe na escolta de D. Pedro, fosse Nuno nomeado para a escolta de D. Miguel, durante a viagem de Évora a Sines, onde o infante deveria embarcar para o exílio.
(...)
D. Miguel e os seus embarcaram finalmente nos escaleres que os levavam para a fragata Stag, de pavilhão inglês. Nuno de Almeida pensava, vendo o navio fazer vela rumo a Génova, que mais digno seria se fossem portugueses a levar o infante vencido. Um barco português o trouxera, triunfante, em 1828, saudado pelas aclamações entusiásticas do povo órfão e crendeu [crente, ingénuo], gritando festivamente "O rei chegou! O rei chegou!"»

Agora o ex-rei partia e D. Maria II governava.

Guerra Civil - Convenção de Évora-Monte - Romance (17)

«Havia já um certo movimento de oficiais junto à porta da casa onde os generais conferenciavam. Nuno viu o marquês de Fronteira (...) saindo com uma pasta cheia de papéis. Abordou-o, chamou-o de parte; ficou a saber que a Convenção tinha sido assinada e estabelecida a rendição das tropas miguelistas, o exílio e uma pensão para D. Miguel, garantia de perdão e liberdade para os que reconhecessem o novo regime, amnistia dos crimes políticos e preservação da posse dos bens pelos absolutistas (...)»

A assinatura deste acordo deu-se a 26 de Maio de 1834, quase 2 anos depois do início da guerra.
A guerra civil entre liberais e absolutistas chegou ao fim.
D. Miguel iria para o exílio e não poderia voltar a Portugal.

Guerra Civil - Mortos e feridos + Almoster e Asseiceira - Romance (16)

Raimundo já morreu, na cidade do Porto, vítima da epidemia de cólera.
João da Silva morreu, assassinado por um homem que ele denunciara como sendo liberal, nos tempos do governo de D. Miguel, e que por isso sofrera maus tratos na prisão do forte de S. Julião da Barra (o mesmo onde o general Freire de Andrade fora executado).
António de Almeida morreu nos confrontos do cerco do Porto.
Segismundo Avilez ficou gravemente ferido - recuperou mas ficou sem metade de uma orelha, surdo desse ouvido e com uma cicatriz que lhe atravessava a face.
Nuno de Almeida também ficou ferido, mas também recuperara.
E morreram milhares de pessoas, incluindo algumas personagens mais secundárias de quem não cheguei a falar.

O Norte ia sendo dominado pelos liberais.
Em Fevereiro de 1834, os liberais vencem os absolutistas em Almoster e a 16 de Maio em Asseiceira.
Filipe e Nuno lá estiveram.

«Vamos a Santarém informar el-rei de que estamos derrotados e que não fomos capazes de morrer por ele.» A frase foi do coronel José de Almeida, depois da batalha de Asseiceira.
Em Santarém...
«O rei ordenou às tropas que evacuassem a cidade e retirava por Almeirim, seguido dos restos do exército, embrenhando-se no Alentejo, rumo a Évora, germinando ainda planos fantásticos de aliança com os espanhóis carlistas [absolutistas] que pusessem a Península a ferro e fogo.»
(...)
Poucos dias depois (...) Filipe e Nuno estavam aboletados em Arraiolos, perto do Quartel-General, onde tiveram notícia da proposta de D. Miguel para uma suspensão de hostilidades (...)
- D. Miguel tem em Évora mais de doze mil soldados fiéis... - dizia o capitão Villepin - O alentejo quase todo e o Algarve são por ele. E anda-lhe grudado o tio, o infante D. Carlos de Espanha, que tem grandes apoios para lá da fronteira como pretendente ao trono.
- Eu acho que chegou ao fim - retorquiu Nuno. - Quando ele tinha um exército superior ao nosso, na proporção de dez para um, não pôde mais que encurralar-nos no Porto durante um ano. Agora, nós somos três vezes mais fortes (...)»

Nuno tinha razão. Viria aí a Convenção de Évora-Monte e o fim desta guerra.

Guerra Civil - Lisboa, D. Maria II e D. Miguel em Santarém - Romance (15)

A guerra caminha para o fim, mas, a 5 de Setembro de 1833, os absolutistas ainda vão tentar forçar a conquista de Lisboa, depois de terem fugido da cidade.
No entanto, essa tentativa não obteve sucesso.

É já com a cidade mais sossegada nas mãos dos liberais que...
«No dia 24 de Setembro, desembarcou em Lisboa com a imperatriz sua madrasta [D. Maria Amélia de Beauharnais, 2.ª mulher de D. Pedro] uma formosa menina de catorze anos, que viria a ser o vigésimo nono soberano de Portugal sob a designação de D. Maria II.»

«No dia 10 de Outubro, os liberais, tendo finalmente uma considerável supremacia de efectivos, desencadearam um ataque geral às posições inimigas diante de Lisboa. Derrotaram-nas em toda a linha, após combates sangrentos que duraram todo o dia (...)
Quando a noite caía, D. Miguel seguia já com o grosso das tropas na direcção de Santarém e o imperador [D. Pedro] regressava [ao palácio das] Necessidades.»

«Em Santarém, uma corte trapalhona, guardada por soldados esfarrapados e descalços e uma multidão de fugitivos, nobres, funcionários, magistrados, clérigos. Um rebanho de quarenta mil balindo ao pastor Miguel (...)»

6 de fevereiro de 2011

Ficha de Avaliação e blog

Já são horas um pouco tardias para os "meninos" estarem despertos.
Ninguém colocou dúvidas por este meio, apenas o comentário, anónimo, que afirmava a maior facilidade em estudar pelo livro (manual).

É natural que sintam essa maior facilidade em estudar pelo manual.
Com o blog pretendo facilitar a interacção nos momentos entre as nossas aulas (e a qualquer momento), fornecer mais informações (aquelas que não vêm no livro, mas que poderão ser interessantes), estimular o vosso interesse, esclarecer dúvidas, dar-vos indicações úteis.
Não posso (não devo), porque nem todos têm acesso a este meio, tornar o blog o vosso principal instrumento de trabalho. Aqui é escrito muito mais do que aquilo que vos é exigido em termos de conhecimento. É um desafio.
O manual é fundamental - é o básico, o obrigatório.
Compreendido?

Espero que todos tenham estudado e que a ficha vos corra bem.

Guerra Civil - Lisboa e cerco do Porto - Romance (14)

Em Lisboa...
«Ao romper do dia 24 de Julho [de 1833], tendo começado a fuga vergonhosa duma divisão de seis mil infantes, seiscentos lanceiros e duas baterias, comandadas pelo duque de Cadaval, e ainda antes dos primeiros destacamentos liberais terem atravessado o Tejo, o povo de Lisboa aclamara a rainha e a Carta e içara bandeiras azuis e brancas. O primeiro acto foi o de arrombar as cadeias, o Limoeiro, o Aljube, o Castelo, e soltar milhares de presos, os políticos à mistura com os criminosos comuns.»
O exército de D. Miguel tinha abandonado Lisboa!

No Porto, no dia seguinte ainda não se sabia do que tinha acontecido em Lisboa e houve um ataque fortíssimo dos absolutistas contra a cidade, liderado por um marechal francês que tinha vindo para o comando das forças absolutistas.
«Durante várias horas o Porto pareceu perdido, suportando uma, duas, três, quatro vezes as investidas da infantaria e as cargas da cavalaria, numa luta ferocíssima que prosseguia dentro e para aquém das trincheiras, à baioneta, à espada, ao sabre, à coronhada.»

Mas os liberais resistiram.

«Antes do meio-dia, sua majestade o senhor D. Miguel, que seguira do posto de observação de S. Gens o desenrolar das operações, atirou o óculo ao chão, raivosamente, montou o cavalo sem auxílio do escudeiro e partiu à desfilada, provavelmente para onde lhe não vissem o desespero pela derrota que tudo comprometia.
(...)
O imperador [D. Pedro] partiu de [barco a] vapor para Lisboa, com alguns reforços, e a cidade permaneceu ainda sujeita a esporádicos bombardeamentos. O cerco mantinha-se, mas a força dos sitiantes, desfalcados de alguns milhares de homens que já iam a caminho do Sul com D. Miguel, deixara de ser a ameaça de antes.
(...) Os liberais iam atacar, enfim, e a sua surtida ia marcar o rompimento do sítio que lhes fora montado havia mais de um ano.»

Guerra Civil - Amora, Cova da Piedade, Cacilhas - Romance (13)

A campanha no Algarve foi um sucesso relativamente rápido, para os objectivos dos liberais.
Entrada "em terra", vitória no mar sobre a armada absolutista, apesar de terem menos barcos e menos homens. Napier foi o estratega dessa batalha.
A armada, com parte dos liberais, vem por mar para Lisboa. Paralelamente, por terra, vem o resto das forças liberais, abrindo caminho desde o Algarve até Lisboa - ver mapa.



Filipe vem por terra, lutando onde é necessário.
Passam Setúbal e estão quase a chegar à Paulo da Gama (isto era uma piada). Mas leiam a passagem:

«Na manhã seguinte, dia 23 [de Julho de 1833], retomaram a marcha. Avançavam como possessos, com uma confiança inexplicável, sem pensarem um instante na força inimiga [absolutista] que os esperava na Piedade e em Almada, sob o comando do tenebroso general Teles Jordão. Atravessaram Azeitão (...) Desceram o vale de Coina. Na Amora deparam com uma força de reconhecimento do inimigo. Organizaram-se as colunas de ataque, os atiradores formaram as linhas nos flancos da estrada para a Cova da Piedade (...)»

E houve batalha. E a batalha prosseguiu até Cacilhas, "à beira da praia do Tejo e do cais de Cacilhas".
Os liberais venceram. Para chegarem a Lisboa, faltava atravessar o rio - de barco, que a ponte é de 1966!

Guerra Civil - Romance (12)

Como até ao momento mais ninguém manifestou dúvidas, vamos aproveitar para acabar com o romance, salvo seja.

No Porto...
«Estava, portanto, consolidado o cerco. Isto é, os de dentro e os de fora olhavam-se e sentiam-se prisioneiros uns dos outros.»

Os liberais conseguiram receber reforços vindos do estrangeiro, exilados portugueses, como o general Saldanha, e militares estrangeiros, como o almirante inglês Charles Napier, que se revelaram fundamentais no desenvolvimento das acções liberais.

Com Saldanha, de Paris, viera Raimundo para se juntar aos liberais. No exército absolutista, para o cerco do Porto, tinha ido João da Silva. Os absolutistas da família Almeida, de Lisboa, também já estavam no cerco. Tal como Segismundo Avilez, o que se enamorara de Margarida.
Há combates que provocam muitas baixas. Nuno de Almeida, o grande amigo de Filipe, durante um desses combates que chega ao corpo a corpo, matou o seu primo António (sem saber, na altura, quem era o seu adversário).
Também ferido, Nuno apaixona-se por Clara, que o trata no hospital.

Do Porto, por mar, sai uma expedição para abrir uma nova frente de guerra no Algarve.
Filipe vai nessa expedição.

4 de fevereiro de 2011

4 de Fevereiro de 1961 - o início da guerra colonial

Enquanto na guerra civil de 1832-1834, os absolutistas cercam os liberais na cidade do Porto, cerco que demorará longos meses, recordo a data que inicia, de alguma forma, a chamada guerra colonial.

Há 50 anos, na madrugada do dia 4 de Fevereiro de 1961, grupos de angolanos armados atacaram cadeias e instalações oficiais, como a Companhia Móvel da Polícia e os Correios, na cidade de Luanda (actual capital de Angola).
Estes grupos pretendiam que Angola, na época uma colónia portuguesa (província ultramarina, como então se chamava), fosse um país independente.
Na semana seguinte repetir-se-iam acções semelhantes e em Março seguiu-se uma sublevação no Norte de Angola, esta última provocando muitas mortes.
O Governo português não punha a hipótese da independência das suas colónias e enviou tropas para combater esses grupos armados.

Embarque de tropas em Lisboa

A Guerra Colonial, nome por que ficaria conhecida esta guerra que se estendeu à Guiné e a Moçambique, duraria até 1974.


Após o 25 de Abril de 1974, os governantes portugueses iniciaram negociações com os movimentos de libertação africanos para a independência desses territórios.

Falaremos deste assunto no 3.º período.

Guerra Civil - O cerco do Porto - Romance (11)

Chegamos ao momento em que os liberais já ocuparam a cidade e alguns locais dos arredores, como o Convento da Serra do Pilar.
Os absolutistas já cercam a cidade...

«Ao redor do Porto os inimigos mataram-se uns aos outros, durante todo o Verão, sem que houvesse verdadeiras vitórias dum lado ou do outro. Ponte Ferreira, Souto Redondo, as batalhas da serra do Pilar semearam de mortos as duas margens do Douro. As baterias miguelistas varriam boa parte da cidade e o cerco instalou-se, visível dos entricheiramentos que riscavam os arrebaldes e as ruas.»

«(...) D. Pedro dava finalmente exemplo de extrema galhardia, atiraram-se [os liberais] à obra de barricar o Porto, cavando trincheiras, erguendo redutos, instalando baterias, traveses, parapeitos, mantendo a todo o custo a posição da serra do Pilar e aberta a foz do Douro por onde entravam os víveres, as munições, o dinheiro e mais uns punhados de mercenários. Até o imperador, com brava tenacidade, empunhava a enxada para abrir os fossos dos baluartes (...)»

Guerra Civil - Romance (10)

O desembarque do exército liberal foi caótico, isto é, muito desorganizado.
«Perto do fim da tarde [do dia 8 de Julho de 1832] desembarcou o regente [D. Pedro] ecoaram os vivas da tropa já em posição nas colinas dominantes, de espingardas erguidas e atirando ao ar as barretinas.»
As forças de cavalaria só tinham desembarcado... 2 cavalos. Um, espantado, fugiu. D. Pedro seria a única personagem deste exército a entrar a cavalo na cidade do Porto.

E os absolutistas? Parece que ainda pior! E se os liberais seriam cerca de 8 mil homens, pensa-se que as forças miguelistas teriam 80 mil. Dez vezes mais!
O general Santa Marta fugira do Porto em "desordem suspeita".
«A mata-cavalos ia a divisão do general Póvoas, rumo ao Norte, e com ele o coronel José de Almeida [pai de Margarida] (...)»
O coronel previa "uma vitória decisiva e rápida", mas pensava na filha, que preferia a vitória dos liberais, e no facto de nas forças liberais vir o seu sobrinho Nuno de Almeida, amigo de Filipe.

Havia famílias contra famílias.

Guerra Civil - Romance (9)

Poderá alguém perguntar o que faz um romance no meio de mensagens sobre a Ficha de Avaliação.
Faz todo o sentido. Porque a personagem principal, Filipe de Villepin, pertencendo às tropas liberais de D. Pedro, já se encontra na cidade do Porto. E os miguelistas já cercam a cidade.

Depois de muitas aventuras na cidade de Paris, incluindo a sua participação em revoltas contra o rei francês Carlos X, que quis dissolver a Câmara de Deputados e acabar com a Constituição (ou Carta Constitucional), Filipe alistou-se, com outros exilados portugueses e muitos estrangeiros, nomeadamente ingleses e franceses, no exército que D. Pedro estava a organizar, em 1831, para vir combater contra o seu irmão, D. Miguel.
Também ele foi para Belle-Isle e daí para os Açores

«Após mais uma semana de preparativos e muitos enjoos nos barcos parados no berço das ondas, partiram rumo aos Açores, no dia 10 de Fevereiro de 1832.»

E daí atravessou o Atlântico para chegar a Portugal Continental.
Também ele desembarcou na praia que está na fotografia do cabeçalho do blog.
Sem saber que o pai de Margarida tinha consentido a sua saída do convento e o seu regresso a casa.
Sem saber que um oficial miguelista, Segismundo Avilez, visitava a casa e se começava a perder de amores por Margarida.
E Margarida?
Não percam os próximos episódios.

3 de fevereiro de 2011

Resposta às duas dúvidas da Madalena (6.º 10)

A posição de muitos nobres e do clero face ao novo regime
Foi uma das questões levantadas na última aula.
Penso que facilmente compreenderás que nem todas as pessoas estavam satisfeitas com a alteração do regime (passagem para o regime de monarquia liberal). Houve quem tivesse perdido direitos e privilégios com a aplicação da igualdade perante a lei. Foi o caso da nobreza e do clero. Por esse motivo, houve muitas pessoas desses grupos sociais que se colocaram do lado de D. Miguel, procurando fazer com que o regime voltasse a ser uma monarquia absoluta.
Por haver posições contrárias - liberais e absolutistas - é que houve uma guerra civil, uma guerra que colocou frente a frente cidadãos do mesmo país.
Ver o texto da página 60 do manual - "D. Miguel à frente dos absolutistas"

Apontar as implicações da abertura dos portos do Brasil
Se, a partir de 1808, com a chegada da família real e da corte ao Brasil, D. João VI abriu os portos brasileiros ao comércio das nações amigas (fundamentalmente, a Inglaterra), isso significa que o comércio dos produtos brasileiros com outros países deixava de ser feito através de Portugal como era até aí (ver o mapa da figura 7, página 54 do manual), para ser feito directamente pelos comerciantes do Brasil ou ingleses. Em Portugal é que esses negócios deixaram de contar, prejudicando os comerciantes portugueses. Esta foi a grande consequência (implicação) da abertura dos portos brasileiros.
Ver o texto da página 54 do manual - "A independência do Brasil"

Esclarecida?
Bom trabalho

2 de fevereiro de 2011

Ficha de Avaliação - esclarecimentos - A acção de D. Pedro IV

Reconhecer a acção de D. Pedro IV como líder liberal significa saber o que ele fez para impor a monarquia liberal em Portugal.
Deverão saber que:
- D. Pedro, ao ser reconhecido como rei, em 1826, concedeu a Carta Constitucional, onde estabelecia as principais leis do país, respeitando os princípios da liberdade e da igualdade e a divisão de poderes;
- ficando no Brasil, abdicou da coroa para sua filha, D. Maria II;
- pretendeu trazer de novo D. Miguel para o país, na condição deste respeitar a Carta Constitucional;
- quando os absolutistas abusaram do poder e da força, veio para a Europa (e Açores) organizar um exército com o objectivo de lutar pelos direitos de sua filha e impor o regime liberal;
- lutou na guerra civil (1832-1834), vencendo as forças absolutistas lideradas pelo seu irmão e conseguindo que o regime liberal/constitucional triunfasse.

Ficha de Avaliação - esclarecimentos - Carta Constitucional

Relativamente ao documento constitucional concedido por D. Pedro IV, trata-se da Carta Constitucional de 1826.
O manual só fala na Constituição de 1822, mas a verdade é que a Constituição de 1822 esteve em vigor durante muito pouco tempo.

Em 1826, D. Pedro IV subiu ao trono, por morte de seu pai (D. João VI). Nessa ocasião, sendo defensor das ideias liberais, D. Pedro quis que o país se regesse por um texto constitucional liberal, com a mesma função que a Constituição, concedendo, então, a Carta Constitucional.
A Carta Constitucional foi o documento constitucional que mais tempo esteve em vigor no nosso país, daí eu pensar que a devia referir. Estava em vigor quando a monarquia foi derrubada, em 5 de Outubro de 1910.

Mas na ficha não vou fazer perguntas especificamente sobre a Carta. Podem é existir referências nos textos/documentos escritos ou na cronologia e os alunos devem saber do que se trata.

Se tiverem interesse, recordo que há informações mais completas neste blog, aqui.

1 de fevereiro de 2011

Regicídio - 1 de Fevereiro de 1908

Num dia a revolução republicana falhada, no outro o atentado contra o rei D. Carlos e o príncipe herdeiro Luís Filipe.

Mas com 17 anos a separar estes dois acontecimentos: 31 de Janeiro de 1891 e 1 de Fevereiro de 1908.
Em comum, os sinais da caminhada para o regime republicano.

31 de janeiro de 2011

120 anos da primeira tentativa de revolução republicana

A 31 de Janeiro de 1891, ocorreu, na cidade do Porto, a primeira tentativa de revolução republicana. A tentativa falhou.
A exposição que visitaram, no início do ano, na Sala Prof. António Veríssimo (Polivalente), tinha um painel dedicado a este acontecimento.

31 de Janeiro foi a data escolhida, em 2010, para iniciar as comemorações oficiais do Centenário da República. Por essa ocasião fez-se a reconstituição da fracassada revolução. Se tiverem curiosidade, podem ver aqui um conjunto de 17 imagens dessa reconstituição histórica. 


Abordaremos este tema ainda durante o 2.º período lectivo.

28 de janeiro de 2011

Ficha de Avaliação - Revolução Liberal e Guerra Civil

Está para breve a ficha de avaliação.
Os temas são a Revolução Liberal de 1820 e a Guerra Civil entre liberais e absolutistas (1832 - 1834).

Deixo aqui a listagem do que será importante vocês saberem.

Espero que seja útil para o vosso estudo.
Se tiverem dúvidas... já sabem o que devem fazer: enviem comentários ou mails - carloscarrasco9@gmail.com

Toca a estudar! Não deixem para a última hora.

Guerra Civil - Romance (8)

Filipe de Villepin
Filipe, ao fim de algum tempo em Paris, conseguiu trabalho como preceptor de duas crianças, filhas de portugueses bem colocados na vida.
Por coincidência, o avô das crianças é Carlos de Almeida, tio de Margarida por ser irmão de José de Almeida.
Carlos de Almeida tem a vantagem de ser liberal, aceitando bem Filipe, mesmo sabendo do que se passou em Portugal entre Filipe e a sua família.
Filipe passou a conviver especialmente com Nuno de Almeida, filho mais novo de Carlos de Almeida, tio das duas crianças a quem ensinava Português e outras disciplinas. E Nuno tem contactos com a alta sociedade parisiense, na qual Filipe se vai integrando.

Guerra Civil - Romance (7)

Raimundo
O "pai Raimundo", como Filipe lhe chama, reencontrou Juliette, um antigo amor da sua vida na época das invasões francesas, pois Juliette viajara a Portugal por essa ocasião.
Juliette tem um salão de moda/oficina de costura e Raimundo vai aprendendo a desenhar modelos.
Os dois vão vivendo felizes.

Guerra Civil - Romance (6)

João Silva
João Silva era da mesma idade de Filipe, com quem foi criado. Tornou-se rufia de mau feitio, frequentador de tabernas e de ambientes duvidosos, perdeu o emprego na tipografia por chegar sempre tarde.
Entrou no exército e passou a conviver com absolutistas. Foi levado a entrar na polícia que perseguia e acusava liberais, metendo-os na prisão, onde eram vítimas de maus tratos, torturas e, nalguns casos, executados.
Fazia chantagem com a mãe, sabendo que ela facilitava a troca de correspondência entre Filipe e Margarida.

Guerra Civil - Romance (5)

Rita Silva
Rita Silva, grata a Raimundo, o artista, por este lhe ter proporcionado alguns bens materiais na vida, e gostando de Filipe, por o ter criado quase como um filho, é a personagem que facilita a troca de cartas entre Margarida, no convento, e o correio para França.
Entretanto casou com o merceeiro, já a meio do romance.

Guerra Civil - Romance (4)

Família Almeida
José de Almeida (a quem já chamei Dom), absolutista empedrenido (daqueles teimosos!), tem esperanças que a Margarida lhe passe a paixão por Filipe.
Casado com D. Leonor, desgostosa pela situação da filha (mas mulher era apenas mulher e submetia-se à vontade do marido), D. José era pai, ainda, de António Almeida, capitão de artilharia e miguelista ainda mais assanhado.
Tinha dois irmãos: Pedro, absolutista mais suave, que vivia numa quinta no Gradil (próximo de Mafra), e Carlos, liberal, que já tinha emigrado há anos para Paris e pouco se dava com os irmãos.
Pedro era casado com D. Bernardina e tinha três filhas: Adamância, Bebiana e Cunegundes. Não chegaram à letra D porque não tiveram mais filhos.
Como Margarida não aceitou casar com o primo Mendonça, foi a prima Bebiana que casou.

E não se esqueçam: quando forem grandes e tiverem meninas, Adamância, Bebiana e Cunegundes são nomes bonitos.