25 de Abril de 1974
Mostrar mensagens com a etiqueta 1 de dezembro de 1640. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta 1 de dezembro de 1640. Mostrar todas as mensagens

1 de dezembro de 2019

Projeto de reabilitação do Palácio da Independência

O presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, anunciou que o projeto para a reabilitação do Palácio da Independência deverá estar concluído durante o primeiro trimestre de 2020, mas não adiantou uma calendarização para a realização da obra.

Sublinhou que a reabilitação do Palácio da Independência “é um imperativo histórico e patrimonial”
“O restauro do edifício terá um duplo significado. O da recuperação de um espaço histórico, requalificado, onde, com a respectiva musealização, vamos poder contar às novas gerações a história deste acontecimento que hoje comemorámos”.


«O Palácio da Independência, também conhecido como Palácio dos Condes de Almada, foi edificado em 1467, por D. Fernando de Almada, e nele reuniram-se, por diversas vezes, Os Conjurados, grupo que conduziu à Restauração da Independência de Portugal, em 1640.

Neste Monumento Nacional habitou também o escritor Almeida Garrett (1834) e nele realizou-se a primeira comemoração pública da Independência, em 1861.»
Em 1940, o Palácio foi doado ao Estado e, posteriormente, em 1983, foi cedido à Sociedade Histórica da Independência de Portugal, entidade que procedeu a obras para a instalação de serviços, biblioteca e zonas de exposição.
Do jornal Público online

O Palácio da Independência, 
ao Rossio, pertinho do Teatro D. Maria II


1 de Dezembro de 1640

 O 1.º de Dezembro de 1640 na ficção (não tão ficção assim) do livro 1640, romance histórico da autoria de Deana Barroqueiro.

«Quarenta confederados, não muitos para tão difícil empresa, mas assim o exigia o segredo. Cada um de nós tinha às suas ordens um punhado de parentes e amigos leais para levar a bom porto a tarefa que lhe fora destinada, porque se alguém falhasse poderia comprometer toda a missão. Reuníamo-nos, pela calada da noite e no maior segredo, nunca na mesma casa, que mantínhamos às escuras, usando apenas uma sala ou quarto interior; na rua tomávamos as maiores precauções para não levantar suspeitas, indo cada um por sua vez e embuçados, para não sermos reconhecidos. E sempre em pequeno número, para minorar o desastre se fôssemos descobertos, transmitindo em seguida as informações ou ordens aos nossos aliados e restantes conjurados.


O ponto de encontro para o derradeiro lance foi o Terreiro do Paço e a hora aprazada as nove da manhã de Sábado, dia primeiro de Dezembro. O palácio, onde se alojava a Vice-Rainha e Vasconcelos tinha o seu ofício, estava protegido por uma força de alabardeiros alemães e pela guarnição castelhana do forte. Era a cabeça da hidra que precisava de ser decepada, logo de início, conquanto a surpresa jogasse a nosso favor.
Esperava-nos a morte, se fôssemos mal sucedidos, e para ela nos preparámos, na véspera, uns fazendo o seu testamento, todos confessando-se e comungado com os padres, nossos companheiros.
(...)
Fomos chegando ao Terreiro do Paço, sós ou em pequenos grupos, a pé, a cavalo ou em coches, dispondo-nos em bandos pela praça, em lugares estratégicos, desde o Arco dos Pregos ao do Ouro, de modo a acorrer prestes ao chamado.

«Decididos a arriscar a vida pela mais nobre das empresas, sabíamos o que estava em jogo e como a responsabilidade de muitas vidas pesava nos nossos ombros, por isso o sentimento era de apreensão e temor. 



(...) quando o relógio deu a primeira badalada das nove e João Pinto Ribeiro bradou: Ide então ali, à sala dos tudescos, a tirar um Rei e pôr outro, para logo nos tornarmos para casa!
Todos vós, mesmo os que não estivestes presentes, sabeis o que então se passou. Saltámos dos cavalos e coches e corremos para o Paço, onde alguns dos nossos já tinham entrado na sala da guarda real (como se fazia, de ordinário, enquanto se esperava para ser recebido por Vasconcelos) e, em ouvindo o sino, dominaram os archeiros e os guardas tudescos, após uma breve mas renhida luta. Houve poucos feridos de parte a parte e apenas um morto, o corregedor Francisco Albergaria, que levou dois tiros por ter gritado Viva El-Rei Dom Filipe, em resposta a Dom Miguel de Almeida, que bradava, de espada em punho e com uma força de espantar num ancião de oitenta anos, "Liberdade, liberdade! Viva El-Rei Dom João o IV!".


A multidão ia engrossando na praça: aprendizes, oficiais e mestres de desvairados ofícios, atraídos pelo alvoroço ou convocados pelos Vinte e Quatro dos Mesteres e também pelo Juiz do Povo, gente que o padre Nicolau da Maia trouxera para a nossa causa. Dom Miguel apareceu na varanda e repetiu o grito: Valorosos Lusitanos, viva El-Rei Dom João, o quarto de Portugal, até agora duque de Bragança. Viva! Morram os traidores, que nos arrebataram a liberdade! 
E o Terreiro do Paço estremeceu com o estrondo dos grandes vivas dados em resposta.
Deana Barroqueiro, 1640


O 1.º de Dezembro de 1640
na capa do Diário Illustrado de 
1 de Dezembro de 1890 

Pormenor do monumento dos Restauradores (Lisboa)
com a bandeira da Restauração, nas cerimónias de hoje


6 de outubro de 2017

A Restauração de 1640 - vídeo

Vídeo sobre a Restauração da Independência (1 de dezembro de 1640)


Um palácio e 40 conjurados - vídeo

Uma visita guiada ao Palácio dos Almadas - depois conhecido como o Palácio da Independência - um palácio que esteve no centro da ação dos restauradores, situado na Baixa de Lisboa, ali mesmo ao pé da Praça de D. Pedro IV (Rossio)



Palácio da Independência

Os 40 Conjurados no desenho de Manuel Lapa

Reunião secreta dos Conjurados


1 de dezembro de 1640 - Restauração da Independência

A data de 1 de dezembro de 1640 é uma data muito importante para a História de Portugal.
Nesse dia, através da ação dos Conjurados - os nobres que conspiraram contra o domínio filipino - Portugal readquiriu a sua independência.

Os Conjurados, desenho de Manuel Lapa (1936)
Em Lisboa, no ano de 1886, o rei D. Luís inaugurou um monumento evocativo da Restauração, na praça que tem o nome de Praça dos Restauradores.

Cerimónia da inauguração do monumento dos Restauradores


O monumento dos Restauradores, um obelisco com quatro faces, é da autoria de António Tomás da Fonseca.


Nas quatro faces estão gravadas as datas mais significativas da Restauração e das campanhas militares (batalhas) que se sucederam.

A inscrição da data em que o Tratado de Madrid
foi confirmado (ratificado) em Lisboa

O monumento está ornado, a norte e a sul, com duas estátuas, o Génio da Independência (do escultor Alberto Nunes) e a Vitória (do escultor Simões de Almeida), respetivamente.

O Génio da Independência



2 de dezembro de 2016

1 de dezembro de 1640 - Os acontecimentos do dia

Os conjurados de 1640
(desenho de Manuel Lapa)

«Fixou-se o início do movimento para as 9 horas da manhã. (...) Os rebeldes distribuíram-se pelos locais previamente combinados para as diferentes missões: uns deveriam tomar o corpo da guarda constituído por elementos da infantaria castelhana; outros tinham a incumbência de travar a guarda dos tudescos; um outro grupo ficara de alertar o povo através das janelas do paço e, finalmente, outros ficaram com a obrigação de dar morte a Miguel de Vasconcelos. 


Na grande sala dos Tudescos do paço da Ribeira a resistência foi fraca. Entretanto, D. Miguel de Almeida percorria as salas do paço e gritava “Liberdade, liberdade. Viva el rei D. João o IV”. Chegou à varanda e com palavras acesas instigou o povo reunido pelos mesteres, segundo a prévia combinação com os fidalgos.








Para o chamado forte, dependência onde residia Miguel de Vasconcelos, dirigiram-se bastantes fidalgos. Entraram impetuosamente na secretaria (…). Ultrapassaram facilmente a guarda atarantada, mas D. António Teles de Meneses não resistiu a esfaquear António Correia, oficial maior de Miguel Vasconcelos. Era no entanto este que procuravam. Escondido num armário, o odiado secretário tentava evitar a fúria dos fidalgos. Sem sucesso, pois na aturada busca D. António Teles logo o descobriu, desfechando-lhe duas balas com que caiu desamparado. 



Os outros pegaram de imediato no corpo, precipitando-o da janela da secretaria. Caiu entre o povo que estava no Terreiro do Paço, (…) que, de imediato, se lançou em cruel assalto ao corpo do moribundo secretário. 
Procurando reforços, a duquesa de Mântua gritava por socorro da janela do paço, pelo que logo subiram uns fidalgos à sala onde estava. A autoridade da sua pessoa e cargo não os demoveu; à troca de argumentos por ela iniciada pôs fim D. Miguel de Almeida, impedindo-a de sair do paço e obrigando-a a recolher-se com as suas damas à torre. 

Prisão da Duquesa de Mântua

Desceram, depois, ao Terreiro e mergulharam entre a população repetindo o nome do novo rei.
As tropas espalharam-se pelos marcos políticos da cidade (…). A fim de sossegar o povo e dando sinais do acordo da Igreja, o arcebispo D. Rodrigo da Cunha saiu em procissão com cruz alçada acompanhado do clero. O padre Nicolau da Maia falou ao povo, apontando a cruz. (…) Pedia que se fosse buscar a bandeira de Lisboa ao Senado da Câmara (…) para com ela espalhar autorizadamente a notícia. Após alguma demora, abriram-se as portas e a bandeira foi entregue a D. Álvaro de Abranches, que, com ela empunhada, largou a cavalo a percorrer a cidade.




Junto à Sé, nas portas da Igreja de Santo António, o povo alvoraçado gritava “milagre”. (…)
Logo se impunha a nomeação de governo que garantisse a ordem e as urgências até D. João chegar de Vila Viçosa. (…) Despacharam ainda um correio a levar a boa nova ao novo rei.»

Leonor Freire Costa e Mafalda Soares da Cunha, D, João IV


Nota: Miguel de Vasconcelos era o secretário de Estado da duquesa de Mântua, a vice-rainha de Portugal em nome de D. Filipe III.


1 de dezembro de 2016

1 de dezembro de 1640

A Restauração, a 1 de dezembro de 1640, é um símbolo da vontade dos portugueses em manter a sua independência.
Os acontecimentos desse dia puseram fim aos 60 anos do domínio filipino, iniciado após a morte, sem sucessor, do Cardeal D. Henrique.

É verdade que muitos portugueses, nomeadamente nobres de famílias importantes, não se opuseram à aclamação de Filipe II de Espanha como rei de Portugal (Filipe I de Portugal), antes a apoiaram, assim como membros do clero e da burguesia.
Também é certo que Filipe II fez um conjunto de promessas sobre a autonomia do reino de Portugal.

D. Filipe II de Espanha

A desilusão com o desrespeito por essas promessas aconteceu no reinado do 3.º dos Filipes (Filipe IV de Espanha, governou entre 1621 e 1655).
A partir de 1637 houve várias revoltas no Alentejo - as mais importantes em Évora - e em outros pontos. Alguns nobres portugueses começaram a reunir, para encontrarem uma saída para a situação de Portugal.

Largo que, na cidade de Évora, com o seu nome - alterações (revoltas) -
lembra os acontecimentos que se deram nessa cidade 
A Espanha passava por grandes dificuldades e, em junho de 1640, a Catalunha iniciou uma revolta para conquistar a sua independência.
O rei espanhol mobilizou a nobreza portuguesa para ajudar a combater os independentistas.
O principal responsável pela concretização dessa mobilização era D. João, o Duque de Bragança, que tinha sido nomeado comandante militar de Portugal.
O mesmo D. João que os nobres revoltados queriam que chefiasse o golpe contra os representantes espanhóis, tornando-se o novo rei de Portugal.

Depois de um período de indecisão - ou de grandes cautelas - D. João aceitou.
O golpe foi marcado para o dia 1 de dezembro. Nele participaram diretamente elementos da nobreza. Houve o apoio de elementos do clero e, posteriormente, da população de Lisboa.
O Duque de Bragança estava na sua residência de Vila Viçosa e só chegaria a Lisboa no dia 6.

Palácio da Independência - residência dos Condes de Almada, apoiantes da Restauração
e onde os conjurados fizeram algumas reuniões.