25 de Abril de 1974

27 de julho de 2020

Salazar morreu há 50 anos

O anúncio da morte de António de Oliveira Salazar pôs fim ao ambiente de especulação que se arrastava sobre o estado de saúde do ditador, para o que contribuía o funcionamento dos serviços de censura.

Salazar ascendera a Chefe de Governo no ano de 1932, em plena Ditadura Militar, e nesse cargo permaneceria até setembro de 1968, altura em que "um brusco e grave acidente vascular" o levou a um estado de coma que os médicos entenderam como irrecuperável. Foi então substituído pelo Prof. Marcelo Caetano.

Salazar recuperaria, embora não totalmente. Até ao fim viveu num ambiente cuidadosamente protegido, visitado por ministros e por jornalistas da confiança do regime. Não tinha acesso a jornais, à rádio e à televisão, acreditando que ainda era Chefe do Governo.
Este ambiente manteve-se até ao surgimento de uma septicemia generalizada, a 15 de julho de 1970.

A 27 de julho, os jornais foram informados, por via oficial, através da Secretaria de Estado da Informação e do Turismo da morte de Salazar.


O carácter tão pessoal da ditadura do Estado Novo, por essa razão também chamada Salazarista, fica patente na associação estreita entre o declínio físico do ditador e o declínio do regime.
O Estado Novo, regime político ditatorial e repressor por si criado, só sobreviveu 6 anos à sua doença, 4 anos à sua morte.

Deposição do retrato de Salazar
25 de Abril de 1974