25 de Abril de 1974

31 de janeiro de 2011

120 anos da primeira tentativa de revolução republicana

A 31 de Janeiro de 1891, ocorreu, na cidade do Porto, a primeira tentativa de revolução republicana. A tentativa falhou.
A exposição que visitaram, no início do ano, na Sala Prof. António Veríssimo (Polivalente), tinha um painel dedicado a este acontecimento.

31 de Janeiro foi a data escolhida, em 2010, para iniciar as comemorações oficiais do Centenário da República. Por essa ocasião fez-se a reconstituição da fracassada revolução. Se tiverem curiosidade, podem ver aqui um conjunto de 17 imagens dessa reconstituição histórica. 


Abordaremos este tema ainda durante o 2.º período lectivo.

28 de janeiro de 2011

Ficha de Avaliação - Revolução Liberal e Guerra Civil

Está para breve a ficha de avaliação.
Os temas são a Revolução Liberal de 1820 e a Guerra Civil entre liberais e absolutistas (1832 - 1834).

Deixo aqui a listagem do que será importante vocês saberem.

Espero que seja útil para o vosso estudo.
Se tiverem dúvidas... já sabem o que devem fazer: enviem comentários ou mails - carloscarrasco9@gmail.com

Toca a estudar! Não deixem para a última hora.

Guerra Civil - Romance (8)

Filipe de Villepin
Filipe, ao fim de algum tempo em Paris, conseguiu trabalho como preceptor de duas crianças, filhas de portugueses bem colocados na vida.
Por coincidência, o avô das crianças é Carlos de Almeida, tio de Margarida por ser irmão de José de Almeida.
Carlos de Almeida tem a vantagem de ser liberal, aceitando bem Filipe, mesmo sabendo do que se passou em Portugal entre Filipe e a sua família.
Filipe passou a conviver especialmente com Nuno de Almeida, filho mais novo de Carlos de Almeida, tio das duas crianças a quem ensinava Português e outras disciplinas. E Nuno tem contactos com a alta sociedade parisiense, na qual Filipe se vai integrando.

Guerra Civil - Romance (7)

Raimundo
O "pai Raimundo", como Filipe lhe chama, reencontrou Juliette, um antigo amor da sua vida na época das invasões francesas, pois Juliette viajara a Portugal por essa ocasião.
Juliette tem um salão de moda/oficina de costura e Raimundo vai aprendendo a desenhar modelos.
Os dois vão vivendo felizes.

Guerra Civil - Romance (6)

João Silva
João Silva era da mesma idade de Filipe, com quem foi criado. Tornou-se rufia de mau feitio, frequentador de tabernas e de ambientes duvidosos, perdeu o emprego na tipografia por chegar sempre tarde.
Entrou no exército e passou a conviver com absolutistas. Foi levado a entrar na polícia que perseguia e acusava liberais, metendo-os na prisão, onde eram vítimas de maus tratos, torturas e, nalguns casos, executados.
Fazia chantagem com a mãe, sabendo que ela facilitava a troca de correspondência entre Filipe e Margarida.

Guerra Civil - Romance (5)

Rita Silva
Rita Silva, grata a Raimundo, o artista, por este lhe ter proporcionado alguns bens materiais na vida, e gostando de Filipe, por o ter criado quase como um filho, é a personagem que facilita a troca de cartas entre Margarida, no convento, e o correio para França.
Entretanto casou com o merceeiro, já a meio do romance.

Guerra Civil - Romance (4)

Família Almeida
José de Almeida (a quem já chamei Dom), absolutista empedrenido (daqueles teimosos!), tem esperanças que a Margarida lhe passe a paixão por Filipe.
Casado com D. Leonor, desgostosa pela situação da filha (mas mulher era apenas mulher e submetia-se à vontade do marido), D. José era pai, ainda, de António Almeida, capitão de artilharia e miguelista ainda mais assanhado.
Tinha dois irmãos: Pedro, absolutista mais suave, que vivia numa quinta no Gradil (próximo de Mafra), e Carlos, liberal, que já tinha emigrado há anos para Paris e pouco se dava com os irmãos.
Pedro era casado com D. Bernardina e tinha três filhas: Adamância, Bebiana e Cunegundes. Não chegaram à letra D porque não tiveram mais filhos.
Como Margarida não aceitou casar com o primo Mendonça, foi a prima Bebiana que casou.

E não se esqueçam: quando forem grandes e tiverem meninas, Adamância, Bebiana e Cunegundes são nomes bonitos.

Guerra Civil - Romance (3)

Margarida
Margarida vive no mosteiro, isolando-se das outras companheiras. Vive da esperança que Filipe, a quem escreve, às escondidas, longas cartas, a venha libertar.
As cartas que recebe, às escondidas, também, queima-as para não ser apanhada com elas.
Só se animou um pouco quando conheceu Joana, a quem os absolutistas prenderam o marido e o filho. O maior sofrimento de Joana, com quem convive, ajuda-a a aceitar melhor o isolamento e o tempo de espera em que vive.

27 de janeiro de 2011

Auschwitz - 27 de Janeiro de 1945

O campo de concentração de Auschwitz foi fechado há 66 anos.
Possivelmente alguns de vocês ainda não sabem o que foram os campos de concentração, uma trágica realidade do período de domínio nazi na Alemanha.
Poderemos falar sobre o assunto daqui a umas aulas. Entretanto, podem pesquisar, se tiverem curiosidade.
As leituras que alguns alunos do 6.º 10 têm andado a fazer já os devem ter consciencializado para essa realidade.

26 de janeiro de 2011

Casamentos de D. Maria II

Temos falado muito de D. Maria II nas últimas aulas.
Faz hoje 176 anos que D. Maria II casou com o príncipe Augusto de Leuchtenberg - 26 de Janeiro de 1835.
Não foi um casmento feliz: o príncipe morreria poucos meses depois do casamento.

D. Maria II não ficaria viúva por muito tempo. Em 1836, um ano depois, também no mês de Janeiro, casaria com outro príncipe alemão, D. Fernando de Saxe-Coburgo-Gotha.

A urgência de haver sucessores ao trono a tal obrigava.
A vida não era um romance... ou era um romance nem sempre cor-derosa.

25 de janeiro de 2011

Guerra Civil - Romance (2)

A história vai-se desenrolar em 4 locais/cenários/ambientes diferentes, conforme o grupo de personagens.

Paris - o que tem a ver directamente com Filipe e Raimundo







Lisboa - zona dos palacetes da Lapa - o núcleo familiar de D. José de Almeida











Lisboa - convento de Chelas - Margarida










Lisboa - bairros populares (Alfama e Mouraria) - Rita e João Silva

Guerra Civil - Romance (1)

O romance começa assim:

«Os dois emigrantes, a bordo da escuna Le Dragon, zarpando de Belém (...)»
Os dois emigrantes são Filipe Villepin, 20 anos, e Raimundo Anunciação, pintor, "no outono da vida".

Filipe é filho de um militar francês, capitão Villepin, que veio para Portugal nas tropas de Junot e que morreria na batalha do Vimeiro (1808) sem ter chegado a conhecer o filho, e de Mariana Maldonado, que morreria na sequência do parto.
Foi Raimundo quem criou Filipe, tendo recorrido, também, aos cuidados de uma mulher, Rita da Silva, mãe de João da Silva.

Filipe e Raimundo fogem de barco para França, porque são adeptos das ideias liberais e quem governa Portugal é D. Miguel. Estávamos em Dezembro de 1828.

Raimundo tinha sido contratado há algum tempo atrás para pintar o retrato de Margarida, filha de D. José de Almeida, um nobre absolutista convicto. Filipe conhecera, então, "a beleza proibida da filha" de D. José.

Mas os amores de Filipe e Margarida não seriam bem vistos pela família desta. D. José de Almeida arrependeu-se de ter dado o trabalho a mestre Raimundo e mandou-lhe dar uma tareia, assim como a Filipe.
Filipe sofreu "as chibatadas miguelistas que lhe traçaram vergões nos ombros", Raimundo "levou por denúncia uma sova (...). Daquilo saíra o Raimundo com uma perna quebrada e mancando para o resto da vida."
Perseguidos, com medo do que lhes pudesse ainda acontecer, decidiram fugir para França.

De Margarida dirá o pai, D. José: "Depois do Natal, se a nossa filha persistir na desobediência de recusar o casamento com o primo Mendonça, espera-a o convento."
E assim foi: Margarida não quis casar com o primo e foi para o convento de Chelas, em Lisboa.


A partir daqui, a história desenrola-se com 4 conjuntos de personagens, em 4 locais/ambientes diferentes.

Que tal este princípio? Confusos? Querem deixar a vossa opinião?

Um trono para dois irmãos

Antes de entrar no outro romance, relativamente ao tema da guerra civil, convirá aconselhar a leitura de um livro mais adequado para a vossa idade.
E a obra aconselhada é esta.


Existe na Biblioteca da escola, mas tem sido muito requisitado.

Os "miúdos" são engraçados - Romance para o 6.º 6

Já um professor não se pode arriscar a falar de um romance que anda a ler. Guerra Civil, de Álvaro Guerra, que não é exactamente destinada a jovens da vossa idade. Estava esquecido na estante, mas veio a propósito do tema que está a ser tratado nas aulas.
E foi por isso, pela vossa estranheza relativamente às perseguições que os absolutistas faziam aos liberais, que falei de Guerra Civil, do assunto e do exemplo do romance.

Aí quiseram saber mais... do romance. Dos amores proibidos de Filipe e Margarida. Filipe fugido em França, Margarida fechada num convento, em Chelas (Lisboa).
E propuseram que eu fizesse aqui o resumo do que vou lendo.

E aqui vou eu desenvolver a técnica do resumo, que vocês também devem tratar em Estudo Acompanhado.
A partir de agora, em directo e ao vivo, o resumo de Guerra Civil. O que um professor não faz para ver os alunos felizes!...

Na parte inferior da mensagem, em etiquetas, se clicarem em Romance, terão só as mensagens com os textos do resumo.

Que esta leitura desperte o vosso interesse por novas leituras.
Boas leituras.


Nota - O texto desta mensagem foi ligeiramente alterado em relação ao original.

24 de janeiro de 2011

A guerra civil entre liberais e absolutistas - exercícios e desafios

Vamos experimentar colocar aqui algumas questões, de forma a ajudar-vos a verificar aquilo que já aprenderam/o que ainda não sabem.
Agradeço à minha colega Fátima Sabino, que preparou os exercícios.

Se tiverem dúvidas/dificuldades, coloquem-nas nos comentários ou, como alguns se têm queixado da dificuldade em inserir comentário, enviem-nas para carloscarrasco9@gmail.com

Vou também colocar aqui alguns "desafios" de interpretação da árvore genealógica de D. João VI a D. Maria II. Respondam para os comentários ou para o mail.

Bom trabalho

Guerra Civil entre liberais e absolutistas - Apresentação

Está disponível a apresentação sobre a Guerra civil entre liberais e absolutistas (1832 - 1834)

Para uma melhor compreensão do tema, incluí um conjunto de diapositivos relativos ao período que antecedeu a guerra (1827-1832).

Espero que vos seja útil.

É curioso que com a passagem a documento do Google, as cores alteraram-se (nas outras apresentações isso não tinha acontecido).

22 de janeiro de 2011

Árvore genealógica de D. João VI a D. Maria II


Não inclui na árvore (por facilidade de "arrumação" gráfica) a filha de D. Pedro IV e D. M.ª Amélia B. Leuchtenberg, também chamada Maria Amélia (1831-1853).

21 de janeiro de 2011

A aula de hoje do 6.º 10

É uma pena que numa turma em que há tantos alunos com capacidades para serem bons alunos, também haja tantos alunos que prejudiquem o normal funcionamento das aulas.

Última hora: Luís XVI foi executado

Seria última hora... no dia 21 de Janeiro de 1793.
O rei francês Luís XVI foi executado na guilhotina, na Praça da Revolução.




A execução de Luís XVI 


20 de janeiro de 2011

A Constituição de 1822 e a Carta Constitucional de 1826

Já todos devem saber o que é uma Constituição - o conjunto das principais leis do país.

Capa da Constituição de 1822

A Carta Constitucional de 1826 desempenha o mesmo papel que a Constituição: estabelece as leis principais do país.

Que diferenças, então, entre a Carta e a Constituição?

- A Constituição foi elaborada e aprovada pelos deputados das Cortes Constituintes / A Carta foi elaborada por pessoas da confiança de D. Pedro IV, de acordo com o próprio, que a concedeu ao reino. 

- A Constituição definia a divisão tripartida dos poderes (legislativo, executivo e judicial) / A carta defendia um 4.º poder - o moderador - da competência do rei. Ou seja, o rei tinha mais poderes com a carta do que com a Constituição.

- A Constituição pretendia grandes alterações da sociedade / A Carta não pretendia alterações tão profundas e queria outra forma de funcionamento das Cortes, que teriam também elementos da nobreza e do clero nomeados pelo rei.

D. Maria II com a Carta Constitucional

19 de janeiro de 2011

D. João VI - D. Pedro IV - D. Maria II


O rei D. João VI adoeceu gravemente a 4 de Março de 1826. Dois dias depois foi criado um Conselho de Regência, com sua filha D. Isabel Maria à frente. D. João VI morreu a 10 de Março de 1826.
O Conselho de Regência reconheceu D. Pedro (o filho mais velho de D. João VI) como rei de Portugal (20 de Março).
Simples?
Não!

D. Pedro era imperador do Brasil (D. Pedro I) e pretendia continuar no Brasil.
D. Pedro concedeu a Carta Constitucional (29 de Abril de 1826), o novo documento constitucional, e abdicou da coroa para sua filha mais velha, D. Maria II, com 7 anos de idade. A regência continuaria com D. Isabel Maria (irmã de D. Pedro) enquanto D. Maria fosse menor.

A Infanta D. Isabel Maria

No espaço de poucos dias, Portugal teve 3 reis.

A acção de D. Miguel por um regime absolutista


Depois de "muitas histórias" e de uma tentativa falhada de golpe absolutista (1824), D. Miguel foi obrigado a exilar-se, isto é, a abandonar o país.

Estalou a guerra entre liberais e absolutistas

As próximas aulas serão em ambiente de guerra civil!

Depois de D. Miguel ter usurpado o trono, D. Pedro não se conteve.

Recordando a Revolução Francesa e o destino de Luís XVI

No dia 19 de Janeiro de 1793, o rei Luís XVI foi julgado sob a acusação de traição e foi condenado à morte.

Luís XVI

14 de janeiro de 2011

Informações para os alunos ausentes

O Daniel (6.º 6) e a Ana Carolina e o Marco (6.º 10), poderão ficar a saber que na última aula falámos sobre a independência do Brasil. Corresponde à parte final do capítulo 2 da Unidade 2 (páginas 54 e 55 do manual).
Têm acesso à informação mais importante através da apresentação A independência do Brasil .
Dos trabalhos de casa ficam informados pelas duas últimas mensagens. Para o 6.º 6 o prazo de entrega do TPC (páginas 56 e 57) também é na próxima 6.ª feira.

TPCs para o 6.º 10

Por necessidade de mudança de sala, o recado que deixei no quadro quanto aos prazos dos TPCs não foi visto pela turma. Na 2.ª feira ainda será possível dar essas indicações, mas, para quem queira aproveitar o tempo no fim de semana, aqui vai a "novidade":
Exercícios das páginas 52 e 53 do manual, para quem ainda não fez, no caderno - apresentar na 3.ª feira, dia 18.
"Aprende fazendo" e "Aprendeste?" (páginas 56 e 57), a entregar até 6.ª feira, dia 21, numa folha à parte.

Se tiverem alguma dúvida... escrevam para aqui (ou mandem mail).

Bom fim de semana

13 de janeiro de 2011

Brasil e Portugal - que áreas?

Recuando ao princípio do ano lectivo, o Daniel (6.º 6) questionou-me sobre a diferença de áreas entre Portugal e do Brasil. 
Devolvi-lhe a pergunta.
O rapaz aplicou-se, fez contas e andou à procura de mapas que tivessem a mesma escala para apresentar imagens comparáveis.
O ficheiro andou perdido na pen que apanhou vírus, ficou esquecida não sei onde, o ficheiro ficou no computador da sala de aula, não passou para a minha pen...

Aqui vai a conclusão:
Área de Portugal (incluindo os arquipélagos da Madeira e dos Açores): 92.389 Km2
Área do Brasil: 8.511.925 Km2 


8.511.925
/
92.389
=
92,13


Conclusão: Portugal cabe 92 vezes dentro do Brasil (e ainda sobra um bocadinho)!


 


12 de janeiro de 2011

A Revolução Liberal de 1820 - TPC

Como estamos a chegar ao fim deste capítulo, aproxima-se o primeiro TPC que terá de ser entregue numa folha à parte, para avaliação.
Esse trabalho e a marcação da data de entrega, serão assunto da próxima aula, mas aqueles que aqui vêm ficam já a saber que o trabalho será a resolução dos questionários de "Aprende fazendo" e "Aprendeste?", das páginas 56 e 57 do manual.

A independência do Brasil - Apresentação

Uma das consequências da Revolução Liberal acabaria por ser, indirectamente, a independência do Brasil.
A declaração de independência, feita por D. Pedro (filho de D. João VI, que se tornará D. Pedro I do Brasil e D. Pedro IV de Portugal), não foi bem aceite em Portugal.
Mas isso é natural: significava a perda da colónia que mais rendimentos proporcionava a Portugal, num momento em que o país se encontrava em má situação.

Fica aqui a apresentação que será passada nas próximas aulas.

11 de janeiro de 2011

Prisões

Na aula de hoje do 6.º 10, a Débora, a propósito da difícil implantação do liberalismo em Portugal, mostrou-se interessada em saber como eram as prisões.
Prisões houve (e há) muitas.

Falei da última que conheci, a Cadeia da Relação, no Porto, onde funcionou a sede do Tribunal da Relação e que serviu de cadeia até Abril de 1974. Hoje é sede do Centro Português de Fotografia, um espaço cultural onde visitei uma exposição relacionada com os 100 anos da República em Portugal.
Deixo aqui duas fotografias do seu interior.


Sei que, como prisões políticas antes de 1926, funcionaram a Torre de Belém, os fortes do Bom Sucesso (próximo da Torre de Belém) e de S. Julião da Barra (já aqui referido).
A cadeia do Limoeiro (próximo da Sé de lisboa) e o Arsenal de Marinha, albergaram ocasionalmente presos políticos.
Tirando estas cadeias de Lisboa, não tenho muitas informações - só sobre o forte de S. João Batista, em Angra do Heroísmo (Terceira - Açores).


9 de janeiro de 2011

Aula do 6.º 6 no dia 7 de Janeiro

Gostei da aula do 6.º 6 na 6.ª feira.
Nem todos os alunos terão aproveitado, mas houve intervenções interessantes (ainda bem, Inês, que fizeste muitas perguntas: é bom sinal).

Falar da divisão de poderes e do exercício desses poderes pode não ser o mais atraente ou o mais acessível para jovens de 11/12 anos.
Fazer a ponte entre o passado e o presente parece-me ser a melhor forma de captar a vossa atenção e o vosso interesse.
E nem tudo ficou respondido.
A pergunta do Gonçalo sobre quem eram os liberais e quem eram os absolutistas (ou quem podiam ser) revela bem que estamos a sair de um "mundo antigo" (o Antigo Regime) em que tudo estava determinado em função do grupo social a que se pertencia e a entrar na "modernidade".
A organização política que se segue à Revolução Liberal está na base do que é a organização política nos dias de hoje.
E são perguntas como as que a Inês, o Gonçalo e o Pedro fizeram (ou a intervenção do Paulo, questionando as limitações da igualdade) que nos ajudam a pensar e a compreender a realidade que nos rodeia.

A propósito de igualdade e direitos... Pedro: desafio-te a fazeres um trabalho sobre o direito de voto em Portugal. Podes escolher parceiros para te acompanharem nesse trabalho.

Razões que levaram à Revolução de 1820

Considerei que o esquema agora apresentado é mais claro quanto às razões que levaram a que fosse feita a Revolução Liberal de 1820.


Este esquema substitui o que foi aqui apresentado no dia 6 de Janeiro.

8 de janeiro de 2011

Distribuição de poderes na monarquia absoluta e na monarquia liberal


Com a Revolução Liberal de 1820, alterou-se a organização do poder político.
Onde antes existia um poder concentrado numa só pessoa (o rei), passou a existir, com a Constituição de 1822, uma divisão de poderes.
Observem o esquema:

Podes ampliar: clica sobre a imagem, depois amplia a imagem (canto inferior direito do monitor; em 150% parece ser bem legível).


General Gomes Freire d'Andrade e o Forte de S. Julião

A propósito da revolução de 1820, falámos no General Gomes Freire d'Andrade, executado, em 1817, no forte de S. Julião, por ter sido considerado o líder (ou um dos líderes) de uma conspiração que se preparava contra a monarquia absoluta/o domínio inglês em Portugal.

Momento em que se preparava a execução do General, por enforcamento

Ao projectar a fotografia do forte onde Gomes Freire foi executado, na turma do 6.º 4 houve quem duvidasse que, das janelas de minha casa, eu vejo o forte.
Aqui vai a prova:

Forte de S. Julião da Barra
(ao longe, Serra da Arrábida e praias da Costa da Caparica)

Para outra visão do Forte:
O Forte de S. Julião visto da praia de Carcavelos


Piada para o Fábio (6.º 4): A foto foi tirada com o meu telemóvel!!!

Grutas de Lascaux (visita a 3D)

O assunto não está relacionado com o programa deste ano, mas acho que tem interesse divulgar o site que nos mostra o complexo de grutas de Lascaux.


Localizadas no Sudoeste de França, as grutas são um local famoso pela suas pinturas rupestres.
São essas pinturas que poderão visitar aqui.
Vale a pena.

Boa viagem

Obrigado à Prof. Fernanda R. que me enviou a informação.

7 de janeiro de 2011

O Natal Ortodoxo - uma questão de calendários

Júlio César, Imperador Romano, introduziu o calendário Juliano em 45 a. C.
Este calendário foi usado nos países cristãos até ao século XVI, quando começou a ser trocado pelo calendário Gregoriano.
Ainda é usado por algumas Igrejas Ortodoxas e parte do princípio que o ano solar tem uma duração de 365,25 dias.

O calendário Gregoriano é o calendário utilizado na maior parte do mundo, incluindo Portugal. Foi proposto pelo astrónomo Aloysius Lilius e adoptado pelo Papa Gregório XIII, em decreto publicado em 24 de Fevereiro de 1582, para substituir o calendário Juliano.
Resultou da correcção da medição do ano solar, estimando-se que este dura 365 dias, 5 horas, 49 minutos e 12 segundos = 365,2425 dias solares.

A diferença dos cálculos é pequena, mas em muitos anos faz... diferença.

Como resultado do acerto feito, pelos astrónomos, no tempo de duração dos anos, uma bula do papa Gregório XIII decretou que deviam ser saltados 10 dias. Isto é: no calendário de 1582, nos países que adoptaram logo o novo calendário, passou-se directamente do dia 4 para o dia 15 de Outubro.
Portugal, dominado então pelos Filipes, adoptou imediatamente o calendário Gregoriano. Não existiram, nesse ano, os dias 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14 de Outubro.

Em 1582, quem seguia o calendário Juliano ficou com um atraso de 10 dias em relação aos que passaram a seguir o Gregoriano.

Actualmente o calendário Juliano tem um desfasamento de 13 dias em relação ao calendário Gregoriano. Por isso os Cristão Ortodoxos comemoram hoje o nascimento de Cristo.

Feliz Natal para o Cristian

É um luxo a que nem todos se podem dar!
De todos os meus alunos do 6.º ano, hoje só é Natal para o Cristian.

FELIZ NATAL

5 de janeiro de 2011

A Revolução Liberal de 1820 - Apresentação e Jogos

Como falámos nas aulas desta semana, têm agora acesso à apresentação sobre a Revolução Liberal de 1820

Também já estão disponíveis alguns jogos/actividades sobre o tema no Ludotech. Podem clicar aqui .
Brevemente deverá haver mais umas palavras cruzadas.

Convido-vos a deixarem a vossa opinião.

A fuga da família real para o Brasil (9)

«Salvador era então a cidade mais povoada do império português (...)
Depois de um dia ancorada, a família real pôs pé em solo brasileiro pela primeira vez. Depararam com uma recepção calorosa - os notáveis da cidade, os donos das plantações, até grupos de escravos alinhavam-se nas ruas, saudando os hóspedes inesperados. Todos sentiam um temor respeitoso pelo que era um acontecimento único na história do colonialismo europeu. Até àquele momento nenhum monarca reinante tinha viajado até às américas sequer em visita, quanto mais para instalar ali a sua corte. Esse sentimento misturou-se com admiração pela novidade assim que avistaram Dona Carlota, uma mulher, no mínimo, de aspecto invulgar. Era baixa (menos de metro e meio), morena, e, para a ocasião, envergava um curioso turbante que lhe escondia o crânio rapado. Surgiram depois outras damas da corte, usando turbantes semelhantes, para assombro da multidão que as esperava. Os cortesãos e seus criados seguiam-nas naquele clima húmido, entrouxados em jaquetas cintadas, calções pelo joelho e meias altas.
É difícil imaginar o que a família real terá achado de Salvador naquela tarde clara...»


Patrick Wilcken, Império à deriva
A família real acaba de se instalar no Brasil (Janeiro de 1808), onde permanecerá durante anos.
Acaba aqui a transcrição de textos sobre a fuga e a permanência da corte portuguesa no Brasil.

Nas nossas aulas já avançámos para a Revolução Liberal portuguesa (1820).
A imagem do cabeçalho do blogue já é relativa ao período pós-revolução.

Brevemente teremos aqui mais informações sobre este novo tema.

A fuga da família real para o Brasil (8)

Os "acidentes" da viagem foram... mais que muitos: mastros que se partiram, água que entrava nos navios, falta de provisões (incluindo água), etc.

«As carências começaram a agudizar-se, à medida que as semanas se arrastavam. A maioria das mulheres atravessaria o oceano com a roupa que trazia no corpo no dia do embarque porque os caixotes de linho tinham sido deixados para trás, em Lisboa. Em casos desesperados, foram distribuídos lençóis e mantas da armada britânica prontamente transformados em peças de vestuário.
No Afonso de Albuquerque [um dos navios] os tormentos agravaram-se com uma praga de piolhos que se espalhou pelo convés a abarrotar. Os cavalheiros deitavam ao mar as cabeleiras infestadas, e as senhoras, de D. Carlota para baixo, faziam fila para rapar a cabeça. Algures no Atlântico Norte, as damas de honor carecas reuniram-se no castelo da proa (...). O couro cabeludo era então lavado e tratado com pós para eliminar os piolhos sobreviventes.
(...)
A ansiedade aumentava a bordo, à medida que a frota real se aproximava do seu destino. (...)
Os caprichos do tempo e as necessidades de uma armada mal equipada fizeram desembarcar a família real [em Salvador] mais de 700 milhas a norte do alvo previsto [Rio de Janeiro].
(...) esperavam multidões a darem as boas vindas, mas as docas estavam vazias, quando os navios entraram na baía de Salvador.»

Só o governador os foi receber. «(...) mandara evacuar as ruas em volta do porto, por não estar seguro dos desejos do regente. Em resposta, D. João disse que gostaria de ver os seus súbditos do Novo Mundo, e, depois de se passar palavra, as ruas encheram-se a pouco e pouco com muitos curiosos. (...)
A família real e a elite da metrópole chegavam numa armada em muito pior estado do que alguns dos mais degradados navios mercantes que aportavam neste cais normalmente movimentado. Mais espantoso ainda, faziam-se pedidos de roupa de senhora para bordo, no sentido de socorrer passageiras vestidas com os trapos que restavam dos trajes que usavam à partida de Lisboa, ou com vestes improvisadas durante a viagem.
Uma parte do mistério do poder colonial ruiu para sempre naquele dia. (...)»

Patrick Wilcken, Império à deriva

A fuga da família real para o Brasil (7)

«Na manhã do dia 29 de Novembro o vento mudou. Às sete da manhã foi dada ordem para levantar âncora. Parara de chover e, com céu limpo, os navios balanceando, desceram o Tejo até à barra. (...)
Atrás de si, o esquadrão real deixava um cenário desolador: bagagens, papéis ensopados em água e caixotes abandonados espalhavam-se pelo cais. (...) Entre os detritos jaziam artigos inestimáveis do património da coroa, deixados para trás na pressa de partir.
(...)
Quatro vasos de guerra britânicos escoltariam a frota portuguesa; (...)
O alívio de sair da barra provocou uma momentânea sensação de optimismo a bordo da frota. Fosse o que fosse que tivessem pela frente, seriam poupados ao terror da ocupação francesa (...).»

Entretanto, em Lisboa...
«As impressões iniciais dos todos-poderosos franceses seriam uma desilusão. Os primeiros soldados a entrar na cidade vinham cheios de dores nos pés e exaustos, alguns tão fracos que tinham recrutado camponeses portugueses para lhes carregarem as armas. "O estado em que estávamos... é difícil de acreditar", recordava o Barão Thiébault, que integrou a campanha de Junot. "As nossas roupas tinham perdido completamente a cor e o feitio, não mudava de roupa interior desde Abrantes. Os pés saíam-me das botas". As ruas de Lisboa estavam agora vazias e as tropas de Junot entraram a coxear numa cidade que não opôs resistência. Chegaram às docas tarde de mais até para verem ao longe os navios. (...) A pilhagem da cidade começou imediatamente.»

Patrick Wilcken, Império à deriva


4 de janeiro de 2011

A fuga da família real para o Brasil (6)

«Junot deixou para trás, no interior do país, o grosso das suas tropas, abandonou a artilharia pesada e fez uma incursão sobre Lisboa com a guarda avançada. Os seus homens estavam agora atolados em lama, com os uniformes a desfazerem-se, exaustos de semanas de marcha. (...) Os camponeses observavam em silêncio esta coluna desalinhada, que prosseguia penosamente a sua marcha através dos campos alagados, em direcção a Lisboa.
Com as notícias de que as forças francesas estavam a apenas dois dias de distância (...) toda a gente queria embarcar, as docas estavam cheias de caixas, caixotes, baús, bagagens - mil e uma coisas. Muitas pessoas foram deixadas no cais enquanto que os seus pertences iam para bordo; outros embarcavam e acabavam por verificar que a sua bagagem não os podia acompanhar. (...) Um regimento inteiro que deveria acompanhar a corte acabaria também por ficar em Lisboa, porque não foi possível encontrar espaço para os soldados a bordo. (...)
"Lisboa estava num estado de tristeza medonha, demasiado terrível para ser descrito" (...)
As forças de Junot aproximavam-se de facto muito rapidamente da capital, mas continuava a soprar um vento adverso que mantinha a frota ancorada. Os navios portugueses, agora perigosamente sobrelotados, balançavam para um lado e para o outro. Um medo indizível espalhava-se pelo convés das embarcações - o da possibilidade muito real de serem apanhados no porto pelos franceses.»

Patrick Wilcken, Império à deriva