O romance começa assim:
«Os dois emigrantes, a bordo da escuna Le Dragon, zarpando de Belém (...)»
Os dois emigrantes são Filipe Villepin, 20 anos, e Raimundo Anunciação, pintor, "no outono da vida".
Filipe é filho de um militar francês, capitão Villepin, que veio para Portugal nas tropas de Junot e que morreria na batalha do Vimeiro (1808) sem ter chegado a conhecer o filho, e de Mariana Maldonado, que morreria na sequência do parto.
Foi Raimundo quem criou Filipe, tendo recorrido, também, aos cuidados de uma mulher, Rita da Silva, mãe de João da Silva.
Filipe e Raimundo fogem de barco para França, porque são adeptos das ideias liberais e quem governa Portugal é D. Miguel. Estávamos em Dezembro de 1828.
Raimundo tinha sido contratado há algum tempo atrás para pintar o retrato de Margarida, filha de D. José de Almeida, um nobre absolutista convicto. Filipe conhecera, então, "a beleza proibida da filha" de D. José.
Mas os amores de Filipe e Margarida não seriam bem vistos pela família desta. D. José de Almeida arrependeu-se de ter dado o trabalho a mestre Raimundo e mandou-lhe dar uma tareia, assim como a Filipe.
Filipe sofreu "as chibatadas miguelistas que lhe traçaram vergões nos ombros", Raimundo "levou por denúncia uma sova (...). Daquilo saíra o Raimundo com uma perna quebrada e mancando para o resto da vida."
Perseguidos, com medo do que lhes pudesse ainda acontecer, decidiram fugir para França.
De Margarida dirá o pai, D. José: "Depois do Natal, se a nossa filha persistir na desobediência de recusar o casamento com o primo Mendonça, espera-a o convento."
E assim foi: Margarida não quis casar com o primo e foi para o convento de Chelas, em Lisboa.
A partir daqui, a história desenrola-se com 4 conjuntos de personagens, em 4 locais/ambientes diferentes.
Que tal este princípio? Confusos? Querem deixar a vossa opinião?
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