Soldado, Bibliotecário, Escritor, Jornalista, Historiador, Político, Agricultor
Depois de já termos falado de alguns acontecimentos em que Herculano esteve envolvido, nas lutas entre liberais e absolutistas – foi um dos “Bravos do Mindelo”, integrado no Regimento dos Voluntários da Rainha – aqui lembramos, muito resumidamente, o escritor, autor de obras de poesia e de ficção, nomeadamente romances históricos. Juntamente com Almeida Garrett (outro escritor liberal), é considerado o iniciador do estilo romântico em Portugal, que inaugurou a prosa de ficção moderna no nosso país.
E não podemos deixar de referir o seu papel como historiador: é considerado o fundador da moderna historiografia portuguesa, isto é, o primeiro estudioso da História, em Portugal, a seguir um método de investigação que fez com que os seus estudos fossem considerados exemplares e a sua forma de usar e analisar os documentos históricos fosse apontada como o caminho a seguir por quem queria estudar com objectividade a História de Portugal.
E começou a publicar, exactamente, uma História de Portugal, que não chegou a completar. No campo da História, publicou ainda um estudo sobre a origem do tribunal da Inquisição em Portugal e foi encarregado de fazer uma recolha de documentos valiosos, até então dispersos por vários arquivos.
Decorria a Guerra Civil quando foi nomeado, por D. Pedro IV, bibliotecário da Biblioteca do Porto. Mais tarde dirigiu a revista O Panorama. A convite de D. Fernando II, desempenhou o cargo de Director das Bibliotecas Reais da Ajuda e das Necessidades.
Painel da autoria de Columbano Bordalo Pinheiro,
na Sala dos Passos Perdidos (Assembleia da República),
retratando Passos Manuel, Almeida Garrett,
Alexandre Herculano e José Estevão de Magalhães
Alexandre Herculano manteve-se sempre fiel aos seus ideais políticos, defendendo a Carta Constitucional. Foi deputado às Cortes, Presidente da Câmara Municipal de Belém (que ainda não pertencia à cidade de Lisboa) e preceptor do futuro rei D. Pedro V.
Apesar de ser próximo de muitas figuras do liberalismo que estiveram no poder quando do início da Regeneração (1851), e de em sua casa se terem efectuado, com o Duque de Saldanha, reuniões em que se preparou o golpe da Regeneração, recusou fazer parte do Governo chefiado pelo próprio Duque [“Aquele gajo”, segundo o 6.º 6].
Após o seu casamento, já em 1866, retirou-se definitivamente para a sua quinta de Vale Lobos (Santarém), dedicando-se quase inteiramente à agricultura.
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