25 de Abril de 1974
30 de maio de 2016
25 de abril de 1974 - Os acontecimentos (02)
Do filme realizado pela SIC, A Hora da Liberdade (1999).
25 de abril de 1974 - Os acontecimentos (01)
Do filme realizado pela SIC, A Hora da Liberdade (1999).
25 de abril de 1974 - Abertura do Telejornal
Abertura do Telejornal (RTP) do dia 25 de abril de 1974.
Razões que levaram ao 25 de abril de 1974
Os motivos que conduziram ao 25 de abril de 1974.
Excerto de um documentário passado na televisão sobre Portugal 1974-1975.
Excerto de um documentário passado na televisão sobre Portugal 1974-1975.
A Guerra Colonial
A Guerra Colonial
Excerto de um documentário passado na televisão sobre Portugal 1974-1975.
Excerto de um documentário passado na televisão sobre Portugal 1974-1975.
28 de maio de 2016
28 de maio - 90 anos
A revista Visão História deste mês assinala o 90.º aniversário do golpe militar de 28 de maio de 1926. É o início de um período de 48 anos de ditadura.
Com a ditadura militar surgiria a figura de António Oliveira Salazar (na capa, entre militares).
Com a ditadura militar surgiria a figura de António Oliveira Salazar (na capa, entre militares).
27 de maio de 2016
5.º C - Ficha de Avaliação
O 5.º C encontra aqui os objetivos da próxima ficha de avaliação.
Recordo que irão interpretar /ou utilizar informações contidas:
- em documentos escritos - excertos das crónicas de Fernão Lopes;
- numa cronologia como esta;
- numa árvore genealógica semelhante a esta.
Bom estudo.
Recordo que irão interpretar /ou utilizar informações contidas:
- em documentos escritos - excertos das crónicas de Fernão Lopes;
- numa cronologia como esta;
- numa árvore genealógica semelhante a esta.
Bom estudo.
22 de maio de 2016
Ficha de Trabalho para o 5.º C
Atenção aos alunos do 5.º C que ainda não entregaram a ficha.
Não esquecer!
Ficha de trabalho a realizar até 4.ª feira.
Não esquecer!
Ficha de trabalho a realizar até 4.ª feira.
15 de maio de 2016
7 de maio de 2016
Ficha de Avaliação - Turmas do 6.º ano
Um pouco mais tarde do que o previsto, podem encontrar aqui os conteúdos e objetivos da ficha de avaliação.
Qualquer dúvida pode ser remetida por mail: carloscarrasco9@gmail.com
Bom estudo.
Qualquer dúvida pode ser remetida por mail: carloscarrasco9@gmail.com
Bom estudo.
25 de abril de 2016
Turmas do 6.º ano - Manual - 1.ª República
Páginas do manual (nova edição) sobre a 1.ª República:
Manual pág. 94
Manual pág. 95
Manual pág. 96
Manual pág. 97
Manual pág. 98
Manual pág. 99
Manual pág. 100
Manual pág. 101
Manual pág. 102
Manual pág. 103
Manual pág. 94
Manual pág. 95
Manual pág. 96
Manual pág. 97
Manual pág. 98
Manual pág. 99
Manual pág. 100
Manual pág. 101
Manual pág. 102
Manual pág. 103
25 de abril de 1974 - Onde tudo podia ter corrido mal
No frente a frente de militares do Movimento dos Capitães e de militares que faziam a defesa do regime ditatorial.
(A publicidade é irritante, mas... são os custos!)
(A publicidade é irritante, mas... são os custos!)
21 de abril de 2016
Guia de Estudo n.º 10
Guia de Estudo n.º 10 na nova edição do Caderno das Perguntas.
Guia de Estudo n.º 10 - pág. 1
Guia de Estudo n.º 10 - pág. 2
Guia de Estudo n.º 10 - pág. 1
Guia de Estudo n.º 10 - pág. 2
17 de abril de 2016
13 de abril de 2016
12 de abril de 2016
3 de abril de 2016
Guia de Estudo n.º 9 (nova edição)
Para realização dos trabalhos necessários, podem encontrar aqui os exercícios do Guia de Estudo n.º 9.
Guia de Estudo n.º 9 - pág. 1
Guia de Estudo n.º 9 - pág. 2
Guia de Estudo n.º 9 - pág. 1
Guia de Estudo n.º 9 - pág. 2
Está aí o 3.º período!
Amanhã é o início do 3.º período.
Vamos entrar na fase decisiva do ano letivo.
Há os alunos que já apresentaram bons resultados e há aqueles que ainda não fizeram tudo o que podiam para melhorar as aprendizagens.
São esses os que têm de se esforçar mais nos dois meses que restam do ano escolar.
Não há mais tempo.
Mãos ao trabalho!
Um bom final de ano letivo para todos.
Vamos entrar na fase decisiva do ano letivo.
Há os alunos que já apresentaram bons resultados e há aqueles que ainda não fizeram tudo o que podiam para melhorar as aprendizagens.
São esses os que têm de se esforçar mais nos dois meses que restam do ano escolar.
Não há mais tempo.
Mãos ao trabalho!
Um bom final de ano letivo para todos.
2 de abril de 2016
Constituição de 1976 - 40 anos
A 2 de abril de 1976 foi aprovada a Constituição da República Portuguesa que ainda hoje nos rege - a Constituição de 1976, lei fundamental do país.
A Constituição organiza o poder político: define quais são os órgãos de soberania – no caso de Portugal, o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo e os Tribunais – quais são as suas competências (dividindo e organizando os poderes) e como são eleitos ou designados.
A Constituição também garante um largo conjunto de liberdades dos cidadãos, como a liberdade religiosa, de associação, de expressão, de informação, e direitos fundamentais, como o direito à segurança social, à saúde e à educação.
A Constituição da República Portuguesa foi elaborada e aprovada por uma Assembleia Constituinte composta por 250 deputados eleitos em resultado das primeiras eleições livres e democráticas, realizadas em 25 de Abril de 1975 (um ano depois da revolução dos cravos).
Os deputados representando diferentes partidos políticos, mesmo tendo perspetivas muito variadas quanto ao funcionamento da sociedade, conseguiram trabalhar em conjunto e contribuir para a redação de um conjunto grande de artigos que constituem uma orientação do que deve ser o desenvolvimento democrático do país.
A Constituição organiza o poder político: define quais são os órgãos de soberania – no caso de Portugal, o Presidente da República, a Assembleia da República, o Governo e os Tribunais – quais são as suas competências (dividindo e organizando os poderes) e como são eleitos ou designados.
A Constituição também garante um largo conjunto de liberdades dos cidadãos, como a liberdade religiosa, de associação, de expressão, de informação, e direitos fundamentais, como o direito à segurança social, à saúde e à educação.
A Constituição da República Portuguesa foi elaborada e aprovada por uma Assembleia Constituinte composta por 250 deputados eleitos em resultado das primeiras eleições livres e democráticas, realizadas em 25 de Abril de 1975 (um ano depois da revolução dos cravos).
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Sessão inaugural da Assembleia Constituinte, a 3 de junho de 1975 |
Os deputados representando diferentes partidos políticos, mesmo tendo perspetivas muito variadas quanto ao funcionamento da sociedade, conseguiram trabalhar em conjunto e contribuir para a redação de um conjunto grande de artigos que constituem uma orientação do que deve ser o desenvolvimento democrático do país.
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Deputados em comissão de trabalho |
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Assembleia Constituinte - sessão final, a aprovação da Constituição - 2 de abril de 1976 |
São esses 40 anos do documento que orienta a nossa vida democrática que aqui se assinalam.
Podes encontrar aqui um vídeo editado pelo jornal Expresso, no qual é abordado o novo tempo que a Constituição democrática inaugurou após a revolução do 25 de abril de 1974.
8 de março de 2016
Guia de Estudo n.º 8 (da nova edição)
O Guia de Estudo n.º 8 na nova edição do Caderno das Perguntas é completamente diferente do anterior.
Por esse motivo, divulgo aqui a nova versão desse Guia de Estudo, centrado nas questões relacionadas com o aumento da população e o êxodo rural.
- Guia de Estudo n.º 8 - pág. 1
- Guia de Estudo n.º 8 - pág. 2
Para poder servir de estudo, porque não houve tempo para fazer tudo nas aulas...
Correção aqui
Por esse motivo, divulgo aqui a nova versão desse Guia de Estudo, centrado nas questões relacionadas com o aumento da população e o êxodo rural.
- Guia de Estudo n.º 8 - pág. 1
- Guia de Estudo n.º 8 - pág. 2
Para poder servir de estudo, porque não houve tempo para fazer tudo nas aulas...
Correção aqui
6 de março de 2016
Ficha de avaliação - 6.º ano
Os alunos do 6.º ano encontram aqui os conteúdos e o guião de estudo para a 2.ª ficha de avaliação deste período.
Bom estudo.
Qualquer dúvida "fora de horas" pode ser enviada para carloscarrasco9@gmail.com
Bom estudo.
Qualquer dúvida "fora de horas" pode ser enviada para carloscarrasco9@gmail.com
23 de fevereiro de 2016
A primeira locomotiva a vapor
A primeira viagem de uma locomotiva a vapor aconteceu há 112 anos, no País de Gales (Grã-Bretanha).
A locomotiva foi concebida pelo engenheiro de minas Richard Trevithick.
Nesse território, as fundições fabricavam produtos pesados e o transporte sobre via férrea, como nas minas, parecia ser a solução ideal, mas sem . A invenção da máquina a vapor, por James Watt, em 1776 e os primeiros aparelhos movidos a vapor permitiam pensar em soluções mais eficazes.
Um proprietário de fundições desafiou o engenheiro, seu amigo, a construir uma máquina capaz de transportar 10 toneladas.
Foi assim que surgiu a primeira locomotiva a vapor, com uma caldeira sobre uma carreta.
No dia 21 de fevereiro de 1804, Richard Trevithick colocou 10 toneladas de ferro em cinco vagões e convidou 60 pessoas para a "longa" viagem de 16 km, também em cinco vagões.
O trajecto foi cumprido em 4 horas e 5 minutos - cerca de 4km/hora*.
* Também já li em vários textos que a velocidade teria sido de 8 km/hora - muito mais rápido!
A locomotiva foi concebida pelo engenheiro de minas Richard Trevithick.
Nesse território, as fundições fabricavam produtos pesados e o transporte sobre via férrea, como nas minas, parecia ser a solução ideal, mas sem . A invenção da máquina a vapor, por James Watt, em 1776 e os primeiros aparelhos movidos a vapor permitiam pensar em soluções mais eficazes.
Um proprietário de fundições desafiou o engenheiro, seu amigo, a construir uma máquina capaz de transportar 10 toneladas.
Foi assim que surgiu a primeira locomotiva a vapor, com uma caldeira sobre uma carreta.
No dia 21 de fevereiro de 1804, Richard Trevithick colocou 10 toneladas de ferro em cinco vagões e convidou 60 pessoas para a "longa" viagem de 16 km, também em cinco vagões.
O trajecto foi cumprido em 4 horas e 5 minutos - cerca de 4km/hora*.
* Também já li em vários textos que a velocidade teria sido de 8 km/hora - muito mais rápido!
22 de fevereiro de 2016
Fábricas do Seixal do século XIX
Fábrica da Companhia de Lanifícios da Arrentela
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Vista aérea da antiga fábrica (2005) |
Fábrica de Vidros de Amora
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Vista aérea do local onde se localizava a fábrica (2005) As instalações fabris da imagem são da fábrica de cortiça Queimado & Pampolim Neste sítio localiza-se, hoje, um hipermercado |
Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços
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Vista aérea (2005) A antiga fábrica é, hoje, uma extensão do Ecomuseu Municipal do Seixal. |
21 de fevereiro de 2016
40 anos da Constituição da República Portuguesa
A Câmara Municipal do Seixal organizou um concurso comemorativo do 40.º aniversário da Constituição da República.
O grupo de alunos do 6.º F que integram o Clube de Jornalismo - David, Diogo, Guilherme F., Guilherme S., João e Tiago - vai participar.
20 de fevereiro de 2016
Viagem de Vasco da Gama (12) - A chegada
A 10 de julho de 1499, 2 anos e 2 dias depois da partida, a nau Bérrio, capitaneada por Nicolau Coelho, regressou com a boa nova de que a viagem tinha sido concretizada com sucesso.
Vasco da Gama só faria a entrada solene em Lisboa a 8 de setembro, recebendo depois grandes recompensas e honras.
Dos cerca de 150 homens que partiram, menos de metade conseguiu regressar.
Os muçulmanos dificultaram o sucesso diplomático e comercial da expedição e Vasco da Gama não tinha ido devidamente preparado com as mercadorias adequadas ao comércio asiático.
Mas os lucros obtidos com as poucas especiarias trazidas foram suficientes para pagar as despesas da viagem. E o mais importante fora conseguido: abriu-se a Rota do Cabo da Boa Esperança, que unia o Ocidente e o Oriente.
Em carta enviada aos Reis Católicos de Espanha, Fernando e Isabel, D. Manuel I resumiu a viagem de Vasco da Gama, informando que "acharam e descobriram a Índia e outros Reinos e Senhorios", tendo encontrado no Índico grandes e numerosas povoações, "nas quais se faz todo o trato da especiaria e de pedraria [pedras preciosas]". «Trouxeram logo agora estas quantidades, a saber: de canela, cravo, gengibre, noz moscada, e pimenta e outros modos de especiaria e ainda os lenhos e folhas deles mesmos; e muita pedraria fina de todas as sortes: a saber: rubis, e outras; e ainda acharam terra, em que há minas de ouro, do qual e da dita especiaria e pedraria, não trouxeram logo tanta soma, como puderam, por não levarem mercadoria.»
Em carta enviada ao cardeal D. Jorge da Costa (cardeal Alpedrinha), D. Manuel intitula-se, pela primeira vez, "por Graça de Deus, rei de Portugal e dos Algarves, daquém e além mar em África, e senhor da Guiné e da conquista da navegação e comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia".
Vasco da Gama só faria a entrada solene em Lisboa a 8 de setembro, recebendo depois grandes recompensas e honras.
Dos cerca de 150 homens que partiram, menos de metade conseguiu regressar.
Os muçulmanos dificultaram o sucesso diplomático e comercial da expedição e Vasco da Gama não tinha ido devidamente preparado com as mercadorias adequadas ao comércio asiático.
Mas os lucros obtidos com as poucas especiarias trazidas foram suficientes para pagar as despesas da viagem. E o mais importante fora conseguido: abriu-se a Rota do Cabo da Boa Esperança, que unia o Ocidente e o Oriente.
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Vasco da Gama |
Em carta enviada aos Reis Católicos de Espanha, Fernando e Isabel, D. Manuel I resumiu a viagem de Vasco da Gama, informando que "acharam e descobriram a Índia e outros Reinos e Senhorios", tendo encontrado no Índico grandes e numerosas povoações, "nas quais se faz todo o trato da especiaria e de pedraria [pedras preciosas]". «Trouxeram logo agora estas quantidades, a saber: de canela, cravo, gengibre, noz moscada, e pimenta e outros modos de especiaria e ainda os lenhos e folhas deles mesmos; e muita pedraria fina de todas as sortes: a saber: rubis, e outras; e ainda acharam terra, em que há minas de ouro, do qual e da dita especiaria e pedraria, não trouxeram logo tanta soma, como puderam, por não levarem mercadoria.»
Em carta enviada ao cardeal D. Jorge da Costa (cardeal Alpedrinha), D. Manuel intitula-se, pela primeira vez, "por Graça de Deus, rei de Portugal e dos Algarves, daquém e além mar em África, e senhor da Guiné e da conquista da navegação e comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia".
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D. Manuel I |
Viagem de Vasco da Gama (11) - O regresso
A estadia em Calecute durou perto de 3 meses, mais exatamente 101 dias (20 de maio a 29 de agosto de 1498) e não foi totalmente positiva no estabelecimento de relações com os orientais. Os muçulmanos colocaram obstáculos à expedição e Vasco da Gama não ia devidamente preparado com as mercadorias adequadas ao comércio asiático.
«Uma quarta-feira, que foram 29 dias do dito mês de agosto, visto como já tínhamos achado e descoberto o que vínhamos buscar, assim de especiaria como de pedras preciosas, e como não podíamos acabar de nos despedir da terra, com paz e amigos da gente, houve por conselho o capitão-mor com os outros capitães de nos partirmos e levarmos aqueles homens [prisioneiros] que tínhamos; porque aqueles, tornando a Calecute, fariam fazer as amizades.
E logo fizemos as velas e nos partimos caminho de Portugal, vindo todos muito ledos, por sermos tão bem aventurados de acharmos uma tão grande coisa como tínhamos achado.»
O relato da viagem de regresso é mais breve.
[13 de janeiro de 1499] «E ao domingo fomos pousar em os baixos de São Rafael, onde pusemos fogo ao navio deste nome, porquanto era coisa impossível navegarem três navios com tão pouca gente como éramos. Aqui passámos todo o fato deste navio aos outros dois que nos ficaram.»
O relato é interrompido a 25 de abril de 1499.
«E uma quinta-feira, 25 dias do mês de abril, achámos fundo de 35 braças; e todo o dia fomos por este caminho, e o menos fundo foram 20 braças; e não pudemos haver vista de terra. E os pilotos diziam que éramos nos baixos do rio Grande.»
Sabe-se que Vasco da Gama, perante o agravamento do estado de saúde do seu irmão, fez escala na ilha Terceira, nos Açores. Mas Paulo da Gama morreu pouco depois de ter sido transportado para o Convento de S. Francisco, em cuja igreja foi sepultado.
Vasco da Gama chegaria a Lisboa 2 meses depois de Nicolau Coelho.
«Uma quarta-feira, que foram 29 dias do dito mês de agosto, visto como já tínhamos achado e descoberto o que vínhamos buscar, assim de especiaria como de pedras preciosas, e como não podíamos acabar de nos despedir da terra, com paz e amigos da gente, houve por conselho o capitão-mor com os outros capitães de nos partirmos e levarmos aqueles homens [prisioneiros] que tínhamos; porque aqueles, tornando a Calecute, fariam fazer as amizades.
E logo fizemos as velas e nos partimos caminho de Portugal, vindo todos muito ledos, por sermos tão bem aventurados de acharmos uma tão grande coisa como tínhamos achado.»
O relato da viagem de regresso é mais breve.
[13 de janeiro de 1499] «E ao domingo fomos pousar em os baixos de São Rafael, onde pusemos fogo ao navio deste nome, porquanto era coisa impossível navegarem três navios com tão pouca gente como éramos. Aqui passámos todo o fato deste navio aos outros dois que nos ficaram.»
O relato é interrompido a 25 de abril de 1499.
«E uma quinta-feira, 25 dias do mês de abril, achámos fundo de 35 braças; e todo o dia fomos por este caminho, e o menos fundo foram 20 braças; e não pudemos haver vista de terra. E os pilotos diziam que éramos nos baixos do rio Grande.»
Sabe-se que Vasco da Gama, perante o agravamento do estado de saúde do seu irmão, fez escala na ilha Terceira, nos Açores. Mas Paulo da Gama morreu pouco depois de ter sido transportado para o Convento de S. Francisco, em cuja igreja foi sepultado.
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Igreja do Convento de S. Francisco |
Lápide que assinala que Paulo da Gama foi sepultado naquele convento |
Vasco da Gama chegaria a Lisboa 2 meses depois de Nicolau Coelho.
Viagem de Vasco da Gama (10) - Encontro com o Samorim de Calecute
«E daqui nos fomos e, à entrada da cidade, nos levaram a outra, a qual tinha estas mesmas coisas acima contadas. Aqui recresceu a gente muito, que nos vinha ver, que não cabia pelo caminho. E, depois que fomos por esta rua um grande pedaço, meteram o capitão em uma casa e também nós outros com ele, por respeito da gente que era muita. Aqui mandou el-rei um irmão do bale, o qual era grande senhor nesta terra, o qual vinha para ir com o capitão, e trazia muitos tambores e anafis e charamelas e uma espingarda, a qual ia atirando ante nós; e assim levaram o capitão com muito acatamento, tanto e mais do que se podia em Espanha fazer a um rei. E a gente era tanta que não tinha conto; e os telhados e casas eram todos cheios, afora a que connosco ia de roldão, entre a qual gente iriam ao menos dois mil homens de armas; e quanto mais nós chegávamos para os paços, onde el-rei estava, tanto mais gente recrescia. E, tanto que chegámos ao paço, vieram para o capitão homens muito honrados e grandes senhores, afora outros muito que já iam com ele; e seria uma hora de sol quando chegámos aos paços; entrámos por uma porta a um terreiro muito grande e, antes que chegássemos à porta onde el-rei estava, passámos quatro portas, as quais passámos por força dando muitas pancadas à gente; e quando chegámos à derradeira porta, onde el-rei estava, saiu de dentro um velho, homem baixo de corpo, o qual é como bispo, e o rei se rege por ele nas coisas da igreja; o qual abraçou o capitão à entrada desta porta, e à entrada dela se feriram homens e nós entrámos com muita força. El-rei estava em um patim, lançado de costas em uma camilha, a qual tinha estas coisas: um pano de veludo verde debaixo e, em cima, um colchão muito bom; e, em cima do colchão, um pano de algodão muito alvo e delgado, mais do que nenhum linho; e também tinha almofadas deste teor; e tinha à mão esquerda uma copa de ouro muito grande, da altura de um pote de meio almude, e era da largura de dois palmos na boca, a qual era muito grossa, ao parecer; na qual talha lançava bagaço de umas ervas, que os homens desta terra comem pela calma, a qual erva chamam atambor; e da banda direita estava um bacio de ouro, quanto um homem pudesse abranger com os braços, em o qual estavam aquelas ervas, e muitos agomis de prata, e o céu de cima era todo dourado. E assim, quando o capitão entrou, fez sua reverência, segundo costume daquela terra, a qual é juntar as mãoes e levantá-las para o céu, como costumam os cristãos levantar a Deus; e, assim como as levantam, abrem-nas e cerram os punhos mui asinha. E ele acenou ao capitão, com a mão direita, que se fosse para debaixo daquele cerrado onde ele estava; porém o capitão não chegava a ele, porque o costume da terra é não chegar nenhum homem ao rei, salvo chegava a ele um seu privado que lhe estava dando aquelas ervas; e quando algum homem lhe fala tem a mão ante a boca, e está arredado. Assim como acenou ao capitão olhou para nós outros, e mandou que nos assentássemos em um poial, perto dele, em lugar que nos via ele estar; e mandou-nos dar água às mãos, e mandou trazer uma fruta, que é feita como melões, salvo que de fora são crespos, mas de dentro são doces; e também nos mandou trazer outra fruta, que é como figos e sabe muito bem; e tínhamos homens que no-los estavam aparando, e el-rei estava olhando como nós comíamos, e estava-se rindo para nós; e falava com aquele seu privado, que estava à sua ilharga dando-lhe a comer aquelas ervas. E depois disto olhou ao capitão, que estava sentado defronte, e disse que falasse com aqueles homens com que estava, que eram muito honrados, e que lhes dissesse o que ele quisesse, e que eles lho diriam; respondeu o capitão-mor que ele era embaixador de el-rei de Portugal, e que lhe trazia uma embaixada e que não a havia de dar salvo a ele; disse el-rei que era muito bem, e logo o mandou levar dentro, a uma câmara; e, quando foi dentro, el-rei se levantou donde estava e se foi para o capitão, e nós ficámos em aquele lugar. Isto seria ali junto com o sol-posto; e, assim quando el-rei se alevantou, foi logo um homem velho que estava dentro, naquele patim, e levantou a camilha; e a baixela ficou ali; el-rei quando foi onde estava o capitão, lançou-se em outra camilha, em que estavam muitos panos lavrados de ouro, e fez pergunta ao capitão: que era o que queria? E o capitão lhe disse como ele era embaixador de um rei de Portugal, o qual era senhor de muita terra e era muito rico de todos as coisas, mais que nenhum rei daquelas partes; e que havia sessenta anos que os reis seus antecessores mandavam, cada ano, navios a descobrir aquelas partes, porquanto sabiam que, em aquelas partes, havia reis cristãos como eles. E que, por este respeito, mandavam a descobrir esta terra, e não porque lhes fosse necessário ouro nem prata, porque tinham tanto em abundância que lhes não era necessário havê-los desta terra; os quais capitães [desses navios] iam e andavam lá um ano e dois, até que lhes falecia o mantimento, e sem acharem nada voltavam para Portugal; e que agora um rei, que se chamava D. Manuel, lhe mandara fazer estes três navios e o mandara por capitão-mor deles; e lhe dissera que se ele não tornasse a Portugal até que lhe não descobrisse este rei dos cristãos, e que se tornasse que lhe mandaria cortar a cabeça; e que se o achasse que lhe desse duas cartas, as quais cartas lhe ele daria ao outro dia; e que assim lhe manda dizer, por palavras, que ele era seu irmão e amigo. El-rei respondeu a isto, e disse que ele fosse bem-vindo, e que assim o havia ele por irmão e amigo, e que ele lhe mandaria embaixadores a Portugal com ele; dizendo o capitão que assim lho pedia de mercê, porquanto ele não ousaria aparecer presente [a] el-rei, seu senhor, se não levasse alguns homens da sua terra. Estas e outras muitas coisas passaram [entre] ambos, dentro daquela câmara; e, porquanto era já muito noite, el-rei disse que: com quem queria ele pousar, se com cristãos, se com mouros? E o capitão lhe respondeu que nem com cristãos, nem com mouros; e que lhe pedia por mercê que lhe mandasse dar uma pousada sobre si, em que não estivesse ninguém; e el-rei disse que assim o mandava; e nisto se despediu o capitão de el-rei, e veio ter connosco onde estávamos lançados em uma varanda onde estava um grande castiçal de arame que nos alumiava; e isto seriam já bem quatro horas da noite. […]
Relação da primeira viagem à Índia pela armada chefiada por Vasco da Gama
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