Vitorino Magalhães Godinho |
Mas é um nome a fixar. Para quem gosta de História e/ou para quem se interessa pelo mundo em que vive e pelos caminhos que Portugal leva.
É, reconhecidamente, um dos grandes historiadores portugueses. Foi dos mais marcantes na minha formação.
Morreu ontem, aos 92 anos de idade.
Nasceu em Lisboa, em 1918. Portugal vivia a 1.ª República, ainda decorria a 1.ª Guerra Mundial.
O seu pai, Vitorino Henriques Godinho, foi um oficial do exército e político republicano. Foi chefe do Estado-Maior da Divisão portuguesa que combateu na batalha de La Lys, criou os primeiros serviços de estatística (1923) e foi ministro dos Negócios Estrangeiros e do Interior (1925). Com a ditadura foi sendo afastado de todos os cargos do Estado por onde passou: Estado-Maior do Exército, Escola de Guerra, Director de Estatística e Administração dos Caminhos de Ferro.
Vitorino Magalhães Godinho também nunca abdicou de intervir activamente como cidadão. E por isso também foi perseguido.
Formado em História, era professor da Faculdade de Letras quando, em 1944, foi afastado porque, diziam, "fazia propaganda política e atacava a religião". Foi para França onde fez carreira académica na universidade.
Voltou para Portugal em 1960, como professor, e voltou a ser demitido em 1962. Não tinha assinado a carta de apoio a Salazar no princípio da guerra colonial (1961) e esteve do lado dos estudantes na crise académica (1962).
Voltou para França e só voltou após o 25 de Abril de 1974.
Foi ministro da Educação (1974), foi um dos fundadores da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e Director da Biblioteca Nacional (1984).
Tem muitos livros publicados, sobretudo sobre a história da expansão portuguesa.
Vitorino Magalhães Godinho afirmava que "aquilo que somos esclarece-se em boa parte através do que fomos."
Isto é, conhecer a História é fundamental para compreendermos a realidade que temos - o mundo em que vivemos.
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