25 de Abril de 1974

31 de janeiro de 2016

A viagem de Vasco da Gama (4) - A passagem do Cabo da Boa Esperança

«E tanto que tivemos nossos navios aparelhados e limpos e lenha tomada, nos partimos desta terra uma quinta-feira pela manhã, que era a 16 dias de Novembro, não sabendo nós quanto éramos do Cabo de Boa-Esperança, salvo Pêro d’Alenquer dizia que ao mais que podíamos ser seriam 30 léguas a ré do Cabo. E o porque se ele não afirmava era porque ele partira um dia pela manhã do Cabo e que de noite passara por ali com vento à popa, e isso mesmo à ida foram de largo; e por estes respeitos não eram em conhecimento donde éramos, pelo qual fomos em a volta do mar com sul-su-sueste.

E ao sábado à tarde ouvemos vista do dito Cabo de Boa-Esperança. E em este dia mesmo virámos em a volta do mar, e de noite virámos em a volta da terra.


E ao domingo pela manhã, que foram 19 dias do mês de Novembro, fomos outra vez com o Cabo e não o pudemos dobrar porque o vento era su-sueste, e o dito Cabo jaz nordeste-sudueste. E em este dia mesmo virámos em a volta do mar, e à noite da segunda-feira viemos em a volta da terra.


E à quarta-feira, ao meio-dia, passámos pelo dito Cabo ao longo da costa, com vento à popa. E junto com este Cabo de Boa-Esperança, ao sul, jaz uma angra muito grande que entra pela terra bem seis léguas e em boca haverá bem outras tantas.



Relação da primeira viagem à Índia pela armada chefiada por Vasco da Gama





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