Este verão, ao serem feitas escavações para a instalação de ecopontos subterrâneos, na Rua do Poço do Borratém (Baixa de Lisboa), foi encontrado um conjunto de esqueletos numa necrópole (cemitério) que será de finais do século XIV e início do século XV.
Ali trabalham, agora, 6 arqueólogos e uma antropóloga. Os esqueletos estão a ser desenterrados e começaram a ser estudados, podendo as escavações ser vistas por quem passa na rua. Foi o que me aconteceu.
Segundo os arqueólogos, trata-se de "um cemitério de gente simples", pois aquela zona da cidade, na época, seria pobre.
Com as ossadas não foi encontrado qualquer tipo de espólio: "Não temos moedas, não temos nada" e "os corpos foram sepultados diretamente na terra ou envoltos em mortalha". Os esqueletos revelam muitas doenças. Como diz uma das arqueólogas, "os pobres tinham as doenças todas".
Sabe-se, também, que eram cristãos: os enterramentos cumpriram o ritual de colocar a cabeça virada a Oeste (poente) e os pés a Este (nascente).
"Homens, mulheres, jovens, crianças, adultos, há de tudo." Já foram encontrados 20 corpos e sabe-se que o cemitério seria maior, mas só foi escavado o retângulo onde se pensou instalar os ecopontos.
E isto tudo veio a propósito de uma conversa com a turma do 5.º G.
As conversas são como as cerejas os achados arqueológicos: atrás de um vem logo um outro.
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