A Santa Clara, em Coimbra, está associada a rainha D. Isabel de Aragão, também conhecida por Rainha Santa, mulher de D. Dinis.
Foi ela que refundou o Convento de Santa Clara, em 1314 (10 de abril, data da carta do Papa concedendo a licença).
A rainha fixou aí residência, depois da morte de D. Dinis (1325), no espaço conhecido como o Paço da Rainha.
D. Isabel viria a morrer em 4 de julho de 1336, em Estremoz, mas o seu corpo foi levado em cortejo para Santa Clara, sendo aí sepultado na igreja, de acordo com a sua vontade.
Igreja de Santa Clara-a-Velha e ruínas do claustro |
Como as águas do rio Mondego inundavam regularmente o convento e não havia condições de habitabilidade, mesmo depois de várias obras, em 1647, o rei D. João IV mandou que o convento se mudasse para o vizinho Monte da Esperança e concedeu dinheiro para a obra, mesmo estando o reino numa época de poupança - Portugal encontrava-se em guerra com Espanha desde a Restauração (1640).
Aproveitaram-se materiais da construção do velho mosteiro, de onde algumas colunas também foram levadas para a Universidade de Coimbra.
Arco mandado esculpir, já no séc. XVII, no local da igreja de Santa Clara-a-Velha onde estaria o túmulo |
Em 1677, as Clarissas transferiram-se para o novo mosteiro, chamado Santa Clara-a-Nova em oposição ao velho, agora abandonado e chamado Santa Clara-a-Velha.
O corpo da rainha foi trasladado em procissão, encontrando-se num sarcófago de prata e cristal, no altar-mor da igreja do mosteiro.
Presentemente, a maior parte da área deste antigo mosteiro encontra-se na posse do exército.
"Velho" túmulo da rainha D. Isabel de Aragão, trasladado para Santa Clara-a-Nova e guardado numa dependência deste mosteiro |
Túmulo onde se encontram os restos mortais de D. Isabel de Aragão, no altar da igreja do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova |
Santa Clara-a-Velha foi-se afundando na lama e degradando com os mais variados usos.
No século XX tentou-se recuperar e dignificar o espaço, Os "grandes trabalhos" que levariam à valorização do sítio iniciaram-se já na última década do século passado.
O trabalho e o mérito do projeto de recuperação das ruínas está à vista para quem visita Santa Clara-a-Velha, um "espaço mágico".
Em 1.º plano, ruínas do claustro e igreja de Santa Clara-a-Velha. Ao fundo, no cimo da colina, o mosteiro de Santa Clara-a-Nova |
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