Esta cadeia foi um dos símbolos da ditadura que nos governou de 1926 a 1974.
Já no período do domínio muçulmano ali funcionaria uma prisão, o que se manteve com a conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques.
Só em finais do século XVI, sob o domínio dos Filipes, o edifício então existente passaria a ter outras funções. Com o terramoto de 1755, o edifício sofreu grandes transformações e, após a revolução liberal de 1820, voltou a funcionar como prisão, sendo considerada como uma das que tinha piores condições. Em 1845 tornou-se uma prisão para mulheres.
O edifício teve obras no início da 1.ª República e, a partir de 1928, já em plena ditadura militar, tornou-se uma cadeia para os presos políticos masculinos, que haveria de ser gerida pela polícia política (PVDE, depois PIDE).
A cadeia do Aljube foi encerrada em 1965, na sequência de muitos protestos nacionais e internacionais, e porque a PIDE também considerava que a prisão apresentava problemas de segurança (na perspectiva de quem prendia, claro).
Ainda voltaria a funcionar para presos de delito comum (1969-197...).
Pelo Aljube passaram, entre 1928 e 1965, milhares de presos políticos, sujeitos à repressão do regime ditatorial e da sua polícia política. Aí sofreram as duras condições prisionais por terem a coragem de resistir.
A exposição A Voz das Vítimas é uma homenagem a essas pessoas, recordando o que ali sofreram, para que a memória não se perca e para que tenhamos mais presente o que representam a liberdade e os nossos direitos de cidadãos.
O Aljube fica junto à Sé de Lisboa e a entrada na exposição é gratuita.
E falo agora para os meus ex-alunos: peçam aos vossos pais para fazerem convosco essa visita, aproveitando o período de férias. Podem visitar também a Sé, ali bem perto. Será um óptimo (e educativo) passeio.
Sem comentários:
Enviar um comentário